26 out, 2017 - 13:12 • Eunice Lourenço
O Presidente da República diz que quem ficou chocado "foi o país" com o que se passou nas últimas semanas. Marcelo Rebelo de Sousa respondia assim à notícia do "Público" sobre o alegado choque do Governo com o seu discurso da semana passada em Oliveira do Hospital e as críticas de socialistas à sua atitude depois dos incêndios de 15 de Outubro.
"Em relação ao que se passou há uma semana há duas maneiras de encarar a realidade. Uma maneira é o diz-que-diz especulativo sobre quem ficou mais chocado: se foi A com o discurso de B ou B com o discurso de A", começou por responder Marcelo às perguntas dos jornalistas na Ilha Terceira, onde assistiu a um exercício militar.
"E depois há uma segunda maneira, que é compreender que chocado ficou o país com a tragédia vivida, os milhares de pessoas atingidas. Um país que esperaria naturalmente uma palavra dirigida às vítimas e que espera com urgência reparação, reconstrução e olhar para o país atingido", prosseguiu o Presidente, que pede rapidez ao Governo.
Uma resposta rápida porque, acrescentou, "primeiro, esse país não pode ser sistematicamente esquecido, depois porque faltam menos de dois anos para o fim desta legislatura, portanto, deste Parlamento e deste governo".
Marcelo entende que a forma correcta de olhar para as últimas semanas é a segunda e não poupou os socialistas que o criticam e o Governo que se diz chocado: "quem olha para a realidade na base do diz-que-diz especulativo não entendeu, nem entende nada do que se passou em Portugal nas últimas semanas".
Depois do Presidente, também o ministro da Defesa falou aos jornalistas sobre este assunto.
"Não fiquei chocado e, evidentemente, não vou falar por cima daquilo que o senhor Presidente disse", declarou o ministro que, quando interrogado sobre esta matéria, observou: "Obrigada por perguntar, estava a ver que não perguntavam".
Questionado se se demarca do choque do Governo ou se não houve choque, Azeredo Lopes respondeu: "Nem demarco, nem deixo de demarcar. Eu não falo nem por cima, nem por baixo, nem ao lado do senhor Presidente e acho que o senhor Presidente disse tudo".