25 nov, 2017 - 20:20
O ministro da Saúde espera resolver o problema do "ciclo de endividamento crónico" do Serviço Nacional de Saúde (SNS) até ao final da legislatura, através de um plano de regularização de dívidas extraordinárias.
Durante uma visita ao Hospital de Aveiro, Adalberto Campos Fernandes disse que o país deverá entrar no final deste ano, ou no princípio de 2018, numa "trajectória de recuperação" relativamente às dívidas do SNS.
"Esperamos, por isso, e temos a certeza que, no final da legislatura, este ciclo de endividamento crónico, esta doença crónica, que resulta das dificuldades ou do desajustamento entre o financiamento e as necessidades, esteja progressivamente resolvido", disse.
Adalberto Campos Fernandes elogiou o trabalho que tem sido feito pela administração e trabalhadores do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), que integra os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, considerando que é "dos mais eficientes", porque "tem feito muito com pouco".
"Está na altura de Aveiro ver reconhecido o esforço e ser compensado", disse o ministro da Saúde, comprometendo-se a reforçar a capacidade financeira do CHBV para fazer face aos investimentos que estão previstos.
O ministro reafirmou ainda a aposta na proximidade, realçando que este foi o único Governo, nos últimos 30 anos, que não fechou qualquer serviço público na área da Saúde e que estão em lançamento ou em construção mais de 90 centros de saúde em todo o país.
Quanto à falta de meios humanos na área da Saúde, referiu que o SNS tem hoje mais seis mil profissionais do que quando o Governo tomou posse, em 2015.
"Não são ainda os suficientes, mas a trajectória está definida", observou.
Apesar das várias frentes de conflitualidade laboral que tem enfrentado, o responsável pela pasta da Saúde disse que se sente "motivado e cheio de energia" para a segunda metade da legislatura e com "uma grande vontade" de fazer um SNS "mais forte, mais responsivo e mais próximo das pessoas".
"A meio da legislatura, é como no meio de um jogo de futebol, sinto-me cheio de vontade para jogar a segunda parte", disse o ministro, assegurando que tem a "confiança total e forte" dos colegas do Governo e do primeiro-ministro.
Questionado sobre o alegado pagamento aos participantes numa sessão de perguntas ao Governo, prevista para domingo, em Aveiro, o ministro da Saúde disse não ter conhecimento de nada.
"Não acredito que seja verdade. Acho que é absolutamente absurdo. Não faz nenhum sentido", afirmou.
O jornal Sol noticiou este sábado que o Governo de António Costa vai pagar 36.750 euros a 50 pessoas que vão participar num estudo na Universidade de Aveiro e depois irão fazer perguntar ao executivo.
A iniciativa ocorre no âmbito do Conselho de Ministros extraordinário que se realiza em Aveiro para assinalar os dois anos do Governo.