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​Raríssimas. Vieira da Silva e CDS em choque frontal: as acusações e a defesa

18 dez, 2017 - 18:50 • João Carlos Malta

“Quantas denúncias eram precisas para o senhor ministro fazer alguma coisa? À TVI bastou uma”, criticou deputado do CDS.

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Raríssimas. Vieira da Silva admite estar "numa posição de particular sensibilidade"
Raríssimas. Vieira da Silva admite estar "numa posição de particular sensibilidade"

A audição parlamentar do ministro da Segurança Social sobre o caso Raríssimas, esta segunda-feira, teve um momento quente que opôs Vieira da Silva a um deputado do CDS. Vieira da Silva foi ao Parlamento dar explicações sobre o caso.

Depois de enumerar uma série de datas entre Janeiro e Outubro deste ano, nas quais foram feitas denúncias ao Ministério da Segurança Social sobre alegadas irregularidades na Raríssimas, o deputado centrista António Carlos Monteiro perguntou: “Quantas denúncias eram precisas para o senhor ministro fazer alguma coisa? À TVI bastou uma.”

Visivelmente irritado com a intervenção do deputado do CDS, Vieira da Silva começou por rotulá-la como um “misto de inverdades, especulações e observações inconsequentes”.

Depois disse: “Leu um conjunto de datas, mas não disse o que vinha nessas cartas. Julgo que sabe o que são irregularidades e gestão danosa. A gestão danosa foi o tema da reportagem [da TVI] que deu origem a este debate. Essa é aos olhos dos portugueses a questão que está em causa.”

Em relação ao protocolo entre a Raríssimas e uma entidade sueca, o deputado António Carlos Monteiro afirmou que Vieira da Silva assinou um documento sabendo que a instituição particular de solidariedade social (IPSS) se assumia como fundação. “Como é que assina um documento sabendo que uma das partes não existia formalmente e sabendo que o pedido da Raríssimas tinha sido negado pelos serviços do ministério? Foi também uma forma de pressão?”

Vieira da Silva reiterou o que já antes tinha dito: “O acordo foi feito entre partes privadas e não teve intervenção do ministério.”

O deputado centrista mostrou ostensivamente uma foto em que se vê Vieira da Silva a assinar um documento na companhia de Paula Brito da Costa e um representante da instituição sueca. Resposta do ministro: “Quer que eu mostre outras fotografias? Apresentarei documentos que provam que não assinei qualquer documento.” E acrescentou: “Posso enviar uma cópia do exemplar do acordo assinado para mostrar que a insinuação é falsa, não existe nenhuma assinatura minha no acordo.”

Seguiu-se um burburinho enorme na sala de audiência parlamentar porque, durante três minutos, António Carlos Monteiro não baixou a fotografia.

Antes, o deputado do CDS perguntou se era prática comum Vieira da Silva chamar ao Ministério da Segurança Social às 8h00 associações para as informar sobre os valores do PARES – Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais.

Vieira da Silva disse que recebeu em audiência várias instituições que concorreram ao PARES. O apoio dado foi de 427 mil euros num total de quatro milhões. “Muitas receberam mais”, defendeu Vieira da Silva.

Na totalidade, a Casa dos Marcos, na Moita (Setúbal), a obra mais conhecida da Raríssimas, recebeu 2,1 milhões de euros de apoios públicos.

O deputado do CDS tinha uma bateria de questões a colocar. Uma delas prende-se com o apoio do Estado às nove camas da Raríssimas na zona de Lisboa. “Fez uma contratualização a 100% e não a 80%, como diz a lei, para evitar situações de dependência excessiva”, acusou.

O ministro respondeu que o deputado estava “mal informado”. “Não foi feito nenhum tratamento de excepção. A senhora secretária de Estado [da Segurança Social] vai mostrar que não estava bem informado”, garantiu.

Vieira da Silva disse que "não houve qualquer favorecimento" da Raríssimas. No entanto, disse ter "perfeita consciência de que o facto de ter aceite, como muitos outros fizeram [funções nos órgãos sociais da Raríssimas] e ter apoiado aquela instituição", o "coloca numa posição de particular sensibilidade”.

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  • joao
    21 dez, 2017 açores 12:44
    Este Sr Ministro devia-se demitir do cargo não sei porque não o faz Não mostra capacidade para Ministro
  • F. Almeida
    19 dez, 2017 Porto 19:06
    E' obvio que o choque tinha que ser frontal.Assunção Cristas tem vindo a transformar o partido que foi do CENTRO num partido extremista.Esqueceu-se que foi governo e que todos temos memo'ria dessa e'poca.. Agora exige a este governo o que nunca fez ou praticou como governante.A senhora "convenceu-se". E' pena.!
  • onde pára?
    19 dez, 2017 lx 17:20
    o vai de mota que passou a circular de Audi?...Não é dele a legislação para que as IPSS deixassem de ter ROC? E a Cristas, não sabia disto? Também estava a banhos e assinou de cruz o que lhe foram levar? Esta gente se tivesse um pingo de vergonha na cara nem falava! É o completo descaramento e tentativa de absolvição do que fizeram!
  • os punhos de renda
    19 dez, 2017 port 13:38
    No seu melhor!...Isentaram as IPSS dos ROC, diminuindo assim a possibilidade de uma maior fiscalização e vêm agora como virgens ofendidas atacar o caracter de pessoas integras e honestas! É o vale tudo só mostrando a mal formação que detêm
  • E estes?
    19 dez, 2017 Lisboa 11:11
    A agência Lusa acaba de noticiar que a Assunção Cristas requereu, com carácter de urgência, a presença da Srª PGR na AR para que esta informe qual a razão porque até à data ainda não foram reabertos os processos da Tecnoforma e o dos Submarinos.
  • 19 dez, 2017 10:28
    a esquerdelha toda a defender um bando de corruptos desde o tempo do socrates que sabemos o que são contudo defendo uma invstigação policial e que os culpados directos e indirectos vão para a cadeia sejam eles quem forem
  • Rui
    19 dez, 2017 Lisboa 10:21
    O número do CDS foi deprimente para mais esta tentativa adicional de passar a ferro o PSD Oi a direita parece um filme de mortos vivos.
  • Gonçalo
    19 dez, 2017 Oeiras 10:19
    Nada mais irritantes do que ver pessoas comentar agarrados a fações politicas. No fundo mais do mesmo. Tenham todos vergonha !!! O que está aqui em jogo não é politica mas seriedade o que é muito escasso nos governantes que estupidamente NOS elegemos. O problema não são partidos os fações mas sim políticos corruptos e carneiros que os seguem.....
  • Armando
    19 dez, 2017 Amadora 09:55
    Triste figura a dos dois sujeitinhos do cds, visivelmente divertidos com coisa séria. Apenas faltou mais um para serem/parecerem os três marretas!
  • Carlos Caldas
    19 dez, 2017 Lisboa 09:29
    Os mesmos que alteraram a lei limitando a intervenção do Estado na fiscalização das contas das IPSS, clamam agora que Estado não fiscalizou. O ministro Vieira da Silva é um alvo a abater pelos lobies da privatização dos fundos da segurança social numa altura em que o aumento das contribuições vêm a aumentar em resultado da acentuada diminuição do desemprego criando um horizonte de sustentabilidade do sistema público de reformas, de que o ministro é um defensor.

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