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​Passos Coelho sem "memória de um ano tão trágico"

19 dez, 2017 - 22:06 • Paula Caeiro Varela

No jantar de Natal do grupo parlamentar, o líder do PSD acusa o Governo de falhar na resposta às vítimas dos grandes incêndios de Junho e Outubro.

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Passos sem memória de um ano tão trágico. Reportagem de Paula Caeiro Varela

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, não tem memória de um ano tão trágico como 2017, marcado pela tragédia dos incêndios que mataram mais de 110 pessoas.

As palavras de Passos Coelho contrastam com as do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que ainda esta terça-feira falou num ano contraditório, um misto de bons e maus momentos, e com as do primeiro-ministro, António Costa, para quem 2017 foi um ano "particularmente saboroso".

“Este é realmente um ano do qual não podemos ter boas lembranças. Pensamos na dimensão trágica que para todo o país, para muitas famílias, muitas pessoas, este ano acabou por ter. Todos os anos têm momentos de maior felicidade e de maior infelicidade. Eu não tenho memória em tantos anos de um que fosse tão trágico como este se revelou”, disse Passos Coelho no jantar de Natal do grupo parlamentar do PSD.

Para o líder cessante do PSD, o Estado falhou nos incêndios e, seis meses depois, continua a falhar na resposta às populações.

“Ainda há pouco tempo tivemos oportunidade de ver o primeiro-ministro a entregar casas que foram reconstruídas depois das tragédias dos fogos de Junho, sobretudo, porque as outras ainda não houve tempo de acudir", afirmou o antigo primeiro-ministro.

"E como é que é possível esquecer que uma parte significativa desse trabalho foi desenvolvido pela sociedade civil e não pelo Estado. Ao cabo de meio ano, o Estado continua a mostrar, infelizmente, que não tem condições para responder às exigências que a sociedade civil sente”, sublinhou.

Sair foi a decisão "mais acertada"

No jantar de Natal do grupo parlamentar do PSD, Pedro Passos Coelho acusou o PS de estar a voltar a fazer política como no passado: instrumentalizado os portugueses para sobreviver politicamente e procurando "fidelizar os clientes".

“É um instrumento de alienação democrática da política. Eu gostaria que o PS tivesse aprendido com esta forma errada de instrumentalizar o Estado e os portugueses para poder sobreviver na política”, apelou.

2017 é o ano em que Passos decidiu deixar o PSD e não se arrepende. “A decisão que anunciou há não muito tempo parece-me cada vez mais acertada. Há uma altura para tudo e o caminho que percorremos em conjunto fecha um ciclo e abrirá um outro ciclo”, disse aos deputados.

Sobre o futuro do seu partido, ao contrário do aviso que deixou o candidato Rui Rio, o ainda líder acredita que o PSD será sempre "relevante" nas escolhas dos portugueses.

Foram quase oito anos como líder dos sociais-democratas. No jantar de Natal houve aplausos de pé e um vídeo de homenagem ao antigo líder da JSD, ex-primeiro ministro e ainda presidente do PSD. Passos Coelho sorriu e agradeceu. Entre os encómios do grupo parlamentar, um deputado deixou um pedido para que Passos: "volte depressa".

Comentários
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  • americo
    24 dez, 2017 sintra 10:20
    nao me lembro de anos tao tragicos para os portugueses e portugal como os mais de 4 anos de governo deste incompetente neo liberal,ele tds os outros que passaram pelo pote dessa altura
  • esta personagem
    20 dez, 2017 lx 16:24
    é um caso de estudo de narcisismo e egocentrismo!...Há quem lhe chame persistente, mas na pratica não passa de um teimoso habilidoso, altamente convencido!
  • Grande calaceiro
    20 dez, 2017 Lisboa 14:07
    Também não me lembro de Portugal ter tido uma tragédia tão grande como a que teve durante quatro anos em que quase ias destruindo o País. Outra coisa também não seria de esperar para quem só sabia colocar cartazes, cantar em tascas e charrar , outra coisa não seria de esperar.
  • joao123
    20 dez, 2017 lisboa 12:59
    Lendo os comentários é extraordinário como ainda há quem culpe o Passos pelo empobrecimento e apertar do cinto pós-2011, como se o facto de o país quase ter ido à falência nesse ano não tivesse consequências , independentemente da cor do governo que viesse, nos anos seguintes. Se fez tudo bem? Claro que não. Podia e devia ter feito muitas mais reformas que num futuro próximo serão inadiáveis esteja quem estiver no poder. Mas bem podem agradecer ao Passos ter tirado o país da pré-bancarrota e em três anos te-lo posto a crescer de novo e a baixar o desemprego, nunca pensei que se consegui-se tão rápido. Quanto ao que fez enquanto oposição , cristalizou, nunca conseguiu digerir a rasteira do Costa-PCP e não estava a fazer nada, já devia ter saído mais cedo.
  • 20 dez, 2017 aldeia 12:37
    Passos Coelho sem "memória de um ano tão trágico"......para ele claro!......
  • Mas?
    20 dez, 2017 lis 12:30
    Ele tem memória?...Só para o que lhe convém!
  • o discurso
    20 dez, 2017 lx 12:27
    deste politiqueiro, cinico, armado em estadista e chefe de aldeamento, é um atentado à inteligência de qualquer ser consciente!...Dá vómitos ver e ouvir este oportunista atacar os outros, sem conseguir olhar para o seu próprio umbigo! Este é daqueles que consegue ainda enganar muita gente com aquele ar de quem está a contar-nos o conto do vigário!...
  • A Palhaçada
    20 dez, 2017 port 12:08
    e a propaganda reles a um cavalheiro que empobreceu o país e destruiu famílias e empresas e ainda tem a desfaçatez de andar a vangloriar-se e a por-se em bicos de pés, com bandeirinha na lapela! Indecente foi também a ligação ontem feita à pressa por um canal televisivo para lhe darem tempo de antena, para aproveitamento politico, pessoal e partidário, aproveitando-se das desgraças dos outros! Quer ter os louros daquilo que fez e não prestou!... Claro que não se lembra dos 4 anos trágicos, em que desgovernou e sufocou milhões de portugueses, surripiando reformas e pensões, mandando os portugueses saírem da sua zona de conforto e emigrarem, chamando-lhes piegas, colocando portugueses contra portugueses, velhos contra novos, públicos contra privados, aumentando a pobreza como não há memória em democracia e fomentando a maior das desorganizações na sociedade! Tudo isto porque afirmava o aldrabão que não havia alternativas e era preciso empobrecer o país para termos uma saída "limpa"! A memoria não poderá ser tão curta que esqueçamos tudo isto! Não há barrela que limpe esta tragédia em que muitos portugueses se suicidaram por não poderem cumprir os seus deveres! Para este figurão, isto não é tragédia? A hipocrisia e o cinismo deste "sujeitinho", não têm limites!
  • Foi muito tarde
    20 dez, 2017 Lisboa 08:36
    A saída dele foi acertada?. Talvez a unica coisa certa que fez na vida. Para os Portugueses foi acertadíssima.
  • Foi muito tarde
    20 dez, 2017 Lisboa 08:36
    A saída dele foi acertada?. Talvez a unica coisa certa que fez na vida. Para os Portugueses foi acertadíssima.

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