06 fev, 2018 - 14:00 • Susana Madureira Martins
O PCP considera prematuro falar de eutanásia e prefere esperar que o debate surja no Parlamento.
Em visita ao hospital de Portalegre, esta terça-feira, o deputado João Oliveira não mostrou vontade de falar dos projectos de lei que se encontram no Parlamento, o mais recente dos quais foi entregue esta terça-feira pelo Bloco de Esquerda.
No Parlamento já existe um projecto do PAN e o PEV e o PS também pretendem apresentar os seus.
A maioria dos deputados do CDS é contra a legalização da eutanásia ou do suicídio assistido e o PSD está dividido, embora Rui Rio seja um dos signatários do manifesto pela legalização da eutanásia, que abriu o debate.
É sobre o PCP que recaem as principais dúvidas e não foi nesta visita que o deputado João Oliveira as esclareceu, preferindo elogiar o hospital de Portalegre e a sua unidade de cuidados paliativos.
“Não deixo de registar que tivemos a oportunidade de visitar aqui uma unidade de cuidados paliativos, com um reconhecimento por parte dos próprios profissionais à vantagem que há nos cuidados de saúde e ao caminho a percorrer ainda”, disse o deputado comunista.
Questionado pela Renascença sobre se os médicos e profissionais de saúde estão prontos para o debate que se avizinha, o presidente do conselho de administração do hospital de Portalegre, João Moura Reis, diz que sim e nega que as discussões sobre a eutanásia e os cuidados paliativos sejam mutuamente exclusivas.
“Acho que se deve pensar tudo em conjunto, deve pensar-se no conjunto do desenvolvimento da saúde de uma determinada região, e tem de se pensar nos vários tipos de níveis que vamos prestar em relação aos serviços, cuidados primários, hospitalares, cuidados continuados integrados ou cuidados paliativos”, diz.
No imediato, porém, a prioridade vai para a fixação de profissionais de saúde no interior. Em Portalegre, em particular, faltam oftalmologistas, otorrinos ou pediatras.
[Notícia actualizada às 15h33]