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Jornadas Parlamentares

BE pressiona governo sobre atrasos na integração de precários

25 fev, 2018 - 22:36 • Susana Madureira Martins

A precariedade e a legislação laboral vão marcar os dois dias de jornadas dos deputados do Bloco de Esquerda no distrito de Leiria, que começam com viagem de comboio de Torres Vedras às Caldas da Rainha.

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Os temas das mexidas na legislação laboral e a precariedade, garantidamente não vão ficar de fora das jornadas parlamentares que arrancam esta segunda-feira no distrito de Leiria. No jantar-comício nas Caldas da Rainha, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, terá a companhia de trabalhadores precários do Centro Hospitalar do Oeste, que também irão fazer uma intervenção.

Os dirigentes bloquistas deverão salientar nestas jornadas a preocupação com os atrasos na integração dos precários do Estado e sobretudo os atrasos do processo nas Comissões de Avaliação que os bloquistas consideram “insustentáveis”.

Segundo a lei aprovada no Parlamento os concursos deveriam ser abertos em meados de fevereiro, mas a análise dos processos continua. O Bloco quer saber de que está o Governo à espera e exige a conclusão dos trabalhos o mais rápido possível.

Estas jornadas parlamentares surgem na reta final da legislatura, trata-se de um “momento importante” nas palavras do líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, que na antecipação aos jornalistas alertou que “ainda há muito por fazer” e referiu que o distrito de Leiria não foi escolhido ao acaso. Trata-se de desmontar a ideia de que o litoral do país não sofre de interioridade. Nada mais errado para os bloquistas.

Pedro Filipe Soares alerta para o facto de existirem muitas zonas do litoral com claras características de interioridade” e dá exemplos como a “dificuldade de acesso a serviços públicos, dificuldades de acesso e falta de presença do Estado”, como foi visível “nos incêndios e o distrito de Leiria no Verão e Outono passados foi um dos distritos mais afetados pelos incêndios”.

Os deputados vão, de resto, ao Pinhal de Leiria, onde o governo já tem intervenção após os incêndios, mas a visita deverá servir para fazer pressão e acelerar a reforma florestal e deverá surgir mais uma vez a questão da legislação em torno dos bancos de terras de que o Bloco fala frequentemente no Parlamento. No Pinhal plantado pelo Rei D. Dinis os bloquistas deverão ainda puxar para si o mérito de terem conseguido que o governo tenha limitado a plantação de eucaliptos.

A rede de comunicações de emergência nas zonas afetadas pelos incêndios também não deverá ficar de lado, tendo em conta que os cabos e as antenas arderam e as operadoras ainda não fizeram a reposição desse material, com o Bloco a apontar o dedo à falta de empenho da MEO/Altice passados vários meses.

Uma viagem de comboio, uma ida à fortaleza

Os deputados começam estes dois dias de jornadas no distrito de Leiria com uma viagem de comboio de uma hora entre Torres Vedras e Caldas da Rainha. A abertura, a cargo da coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, deverá vincar a promessa do governo de investimento na ferrovia em diversos pontos do país. A expectativa dos bloquistas é que o governo faça bom uso dos apoios comunitários do pacote de 2020.

Registo ainda para a visita à fortaleza de Peniche, após ter ficado garantido que o espaço não será concessionado para servir de hotel ou algo semelhante, muito por pressão do PCP e do Bloco de Esquerda, com os bloquistas aqui a puxar dos galões.

Dois dias no distrito de Leiria que deverão servir para fazer pressão sobre o governo, mas fontes bloquistas garantem que nesta reta final da legislatura o partido não deverá endurecer mais do que o costume: “vai ser igual, o contexto é que vai ser diferente”.

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