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​Marcelo pede entendimentos sobre fundos europeus, calamidades e descentralização

09 mar, 2018 - 14:10

No dia em que assinala dois anos de mandato, o Presidente da República considerou fundamental que o país continue a crescer para corrigir desigualdades e manter equilíbrio financeiro.

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O Presidente da República traçou esta sexta-feira como desafio para o próximo ano do seu mandato a obtenção de entendimentos entre partidos e parceiros sociais sobre fundos europeus, correção de desigualdades, prevenção e resposta a calamidades e descentralização.

Numa intervenção a propósito dos seus primeiros dois anos de mandato presidencial, que se cumprem esta sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a evolução da economia foi "o sucesso mais importante de 2017", mas insistiu em mais crescimento, pedindo uma "convergência duradoura" com a União Europeia.

O Presidente da República considera fundamental que o país continue a crescer para corrigir desigualdades e manter equilíbrio financeiro.

“Temos que continuar a crescer, porque se não conseguirmos continuar a crescer é muito difícil corrigir as desigualdades e é muito difícil, para não dizer quase possível, mantermos o equilíbrio financeiro interno e externo, o que significa irmos reduzindo a nossa dívida pública”, declarou o chefe de Estado.

"Hoje é também o primeiro dia do terceiro ano do mandato presidencial que os portugueses me conferiram. Falemos, portanto, de futuro e falemos dos cinco desafios que vão, a meu ver, ocupar este novo período", afirmou, perante a comunicação social, na Sala de Jantar do Palácio de Belém.

De acordo com o chefe de Estado, um dos desafios para o terceiro ano do seu mandato é "a existência de efeitos visíveis na vida das pessoas do diálogo entre o maior número de partidos e parceiros sociais", em quatro domínios, a começar pela "defesa dos interesses de Portugal no quadro financeiro plurianual e no horizonte 2020-2030 na União Europeia".

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, deve também haver entendimentos sobre "prevenção e resposta a calamidades públicas", porque "não é uma tarefa só do Governo, nem só da oposição, é de todos", sobre "correção das desigualdades entre pessoas e comunidades" e sobre "descentralização com reordenamento do território".

"Noutros domínios, o natural é a existência de diferenças claras entre partidos e entre área da governação e área da oposição", considerou.

O Presidente mostrou-se também preocupado com o prestigio das instituições. Marcelo receia que a desconfiança nas instituições faça crescer os populismos que são uma realidade em muitos países europeus.

“O pior que pode acontecer numa sociedade é, de repente, começar a haver uma sensação por parte dos governados de desconfiança metódica e crónica em relação àqueles que governam nos vários setores da sociedade. As pessoas deixam de confiar nas instituições. Isso é um apelo imediato aos populismos. Estamos longe disso na Europa? Não. Estamos perto disso ou estamos nisso já noutros países europeus. Não chegou a Portugal porque temos estado atentos a isso”.

Nesta intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que subsistem muitas desigualdades no país que é necessário corrigir.

“Temos que retirar as lições quanto a um país que ainda está muito desigual e os estudos recentes mostram isso. Há desigualdades, não é só de género, há desigualdades funcionais e regionais”, apontou o Presidente da República.

Há dois anos, no dia 9 de março de 2016, Marcelo Rebelo de Sousa tomava posse como Presidente da República.

Os dois anos de mandato do Presidente da República também já mereceram um comentário do primeiro-ministro. António Costa, usou a rede social Twitter para deixar votos para que Marcelo continue a desempenhar um mandato de proximidade, solidariedade institucional e de concórdia nacional.

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