11 mar, 2018 - 02:49 • Eunice Lourenço , Susana Madureira Martins
O assunto esteve presente logo no discurso de Assunção Cristas. A líder do CDS, na apresentação da sua moção de estratégia fez questão de lembrar que o seu partido é o único contra a legalização da eutanásia que deve ser discutida no Parlamento até ao verão.
“Há que trabalhar para construir o futuro de uma sociedade que respeita todos, dos mais novos aos mais idosos, que protege as situações de maior fragilidade e não descarta os doentes em fim de vida, antes acarinha e elimina o sofrimento e se afasta definitivamente da eutanásia”, afirmou Cristas. Mas o assunto acabaria por voltar várias vezes ao palco do pavilhão multiusos de Lamego, onde decorre o Congresso do CDS.
O discurso mais veemente terá sido o do líder da Juventude Popular, Francisco Rodrigues dos Santos, também na apresentação da moção de estratégia global dos jovens democratas-cristãos. “Se nos perguntam se defendemos a vida, respondemos sim, defendemos a vida do embrião ao idoso, dos mais saudáveis aos menos saudáveis porque acreditamos, como Isabel Galriça Neto, que a solução para os quais sofrem é cuidar e não matar”, afirmou o líder da JP, conhecido no CDS como “Chicão”.
Francisco Rodrigues do Santos também deixou aos congressistas o convite para que participem numa reunião marcada para quinta, dia 15, no anfiteatro da junta de freguesia de Alvalade, em Lisboa. A reunião, organizada pelo CDS e que vai contar com a presença de Assunção Cristas, tem por tema “Eutanásia: conhecer melhor os argumentos e a realidade” e entre os participantes vai estar a médica e deputada Isabel Galriça Neto, que tem sido a porta-voz do CDS contra a eutanásia e também o foi neste congresso.
"Este não é um debate confessional (...) este é um debate sobre valores e a forma como olhamos os mais vulneráveis: quando está em causa o valor constitucional da proteção da vida humana, estamos conscientes que só é possível estar do lado certo e o lado certo é ser contra a eutanásia", disse Galriça Neto na sua intervenção em Lamego.
Outro dirigente e deputado que levou o assunto ao palco foi Telmo Correia, garantindo a veemente oposição do CDS aos projetos de lei da esquerda que pretendem a legalização da eutanásia.
Mas estes foram apenas os nomes mais conhecidos que falaram contra a eutanásia no congresso. Ao contrário do que aconteceu no congresso do PSD, no mês passado, em que apenas houve uma intervenção dedicada a este tema (de António Maria Pinheiro Torres) no congresso do CDS várias dezenas de militantes, sobretudo da Juventude Popular fizeram questão de manifestar a sua oposição ao processo legislativo já em curso.
O PAN e o Bloco de Esquerda já entregaram projetos de lei nesse sentido e o PS e o PEV já anunciaram que vão ter. O PCP ainda não tem posição sobre o assunto e no PSD deve haver liberdade de voto, apesar de o novo líder, Rui Rio, ter sido um dos subscritores do manifesto pela morte assistida que acabou por dar origem a este processo legislativo.