18 mar, 2018 - 19:07
O secretário-geral do PSD, Feliciano Barreiras Duarte, demitiu-se, um mês após ter sido eleito no congresso de fevereiro e depois de polémicas em torno do seu currículo académico.
"Espero que a minha demissão faça cessar os ataques à direção do PSD e permita que o Dr. Rui Rio, a quem agradeço a confiança e a amizade, bem como a sua equipa, consigam atingir os objetivos que justamente perseguem, pois isso é o que é o melhor para o País e deve constituir a única preocupação de todos e de qualquer de nós", escreve Feliciano Barreiras Duarte em comunicado divulgado este domingo.
Esta é a primeira baixa na direção do novo presidente do PSD, Rui Rio.
O deputado do PSD explica, no comunicado, que a sua demissão foi apresentada "de forma irrevogável" ao presidente do partido, e acrescenta que Rui Rio lhe manifestou o seu "apoio e solidariedade".
"Conversei com o Dr. Rui Rio e manifestei-lhe a minha vontade de deixar o cargo de secretário-geral do PSD, tendo em conta os ataques de que estava a ser alvo e os efeitos desses ataques no seio da minha família; o Dr. Rui Rio manifestou-me o seu apoio e solidariedade, tendo compreendido e aceite todos os meus argumentos", afirma Barreiras Duarte.
O ex-secretário-geral do PSD salienta que, apesar de estar no combate político deste os tempos de estudante, e de entender que este combate "é duro", considerou que "não vale tudo" e que o limite é ter atingido gravemente a sua família.
"Considero que, neste momento, e face à violência inusitada dos ataques e aos efeitos para mim e a minha família, atingimos o limite: por isso apresentei ao presidente do meu Partido o pedido irrevogável de demissão -- tão irrevogável que já está concretizada -- de secretário-geral do PSD", afirma.
Barreiras Duarte diz ter "perfeita consciência" de que não é ele o principal alvo destes ataques, "mas sim o líder" do PSD "e a sua direção".
"Por isso ficar seria avolumar o problema e não contribuir nada para a solução", refere.
O deputado acrescenta que deixa o cargo de secretário-geral do PSD de "consciência tranquila", reafirmando os argumentos com que se tinha defendido das notícias sobre o seu currículo e, depois, do facto de ter apresentado no parlamento a sua morada fiscal e não de residência.
"Nunca ganhei nada, nem com uma, nem com outra situação; não tirei qualquer proveito da Universidade de Berkeley -- nem financeiro, nem de grau académico, nem profissional, nem político; não procurei qualquer benefício material ou outro, antes pelo contrário, com a questão da morada no Parlamento", refere.