27 mar, 2018 - 21:19
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O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, faz eco das palavras do Ministro dos Negócios Estrangeiros e diz que a crise diplomática com a Rússia merece uma resposta concertada.
No caso dos diplomatas russos que estão a ser expulsos de vários países, incluindo de membros da União Europeia, o ministro da Defesa sublinha, em entrevista à Renascença, o que que foi dito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros.
“O Ministro dos Negócios Estrangeiros falou hoje, dizendo que Portugal, como país soberano que é, encara este processo como um processo dinâmico e isso significa que a posição portuguesa é aquela que foi expressa ontem e aquela que poderá vir a evoluir nos termos em que o Ministro dos Negócios Estrangeiros exprimiu”, diz.
“Portugal, e isso também foi dito muito claramente, prefere sempre os mecanismos institucionais e concertados no quadro de organizações internacionais, e por isso foi feita referência à União Europeia e a outras organizações internacionais.”
Já sobre a notícia do “Observador”, que esta noite dá conta da existência de 12 dirigentes do ministério da Defesa que estão a ocupar cargos em situação irregular, ou seja, a desempenhar funções em situação provisória para lá dos 90 dias que a lei estipula, Azeredo Lopes responde que, “quando se fala para lá do tempo previsto na lei, com certeza não se está a dizer que a sua presença é ilegal. Trata-se de um mero procedimento administrativo e de aceitar que a instrução deste processo está a decorrer com toda a normalidade”.
Azeredo Lopes falou com a Renascença apenas um dia depois de ter regressado da República Centro-Africana, acompanhando o Presidente da República que foi visitar os militares ao serviço das Nações Unidas naquele país.
Questionado sobre a continuidade de forças portuguesas naquele território, o ministro advertiu que “uma missão internacional não é uma missão perpétua. Deve-se evitar o efeito de habituação e a ideia de que estamos presentes no mesmo teatro de operações ‘ad aeternum’, não é disso que se trata. Não faltam desafios para as Forças Armadas portuguesas”, explica, referindo especificamente umas missões previstas no quadro da Marinha e da Força Aérea, bem como a partida em breve de uma nova força para o Afeganistão.
Azeredo Lopes fala da necessidade de “harmonizar aquilo que é a política de defesa nacional com a política externa do nosso país e ao mesmo tempo procurar que as nossas capacidades, aquilo em que somos melhores, tenha tradução nas escolhas políticas, mas também operacionais, isto é, próprias das Forças Armadas relativamente ao local, aos termos e às condições em que essa presença internacional se vai verificar.”
A atual missão é composta essencialmente por paraquedistas, que substituem os comandos que estavam no terreno. “Evidentemente no futuro haverá muitas outras missões para os comandos, como haverá também, espero, para outras forças especiais”, assegura o ministro.