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Ryanair. PCP lamenta falta de intervenção do Governo

01 abr, 2018 - 20:53

Os trabalhadores da companhia aérea exigem que a transportadora irlandesa aplique a legislação nacional.

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O PCP lamenta a falta de intervenção do Governo no cumprimento da lei da greve na companhia aérea irlandesa Ryanair, impedindo que aviões voem com tripulação a substituir trabalhadores que aderiram à paralisação.

Em declarações à Lusa, Vasco Cardoso, da Comissão Política do PCP, lamentou que o "Estado português, o Governo português, não tenham os instrumentos para impedir que aviões que não deveriam estar no ar estejam a voar com tripulações que são de substituição de grevistas".

Segundo o dirigente comunista, "é absolutamente inaceitável" a substituição de trabalhadores em greve e que se recorra "à chantagem e à ameaça de futuros despedimentos", pelo que deveria ter havido uma "intervenção forte, mais energética" por parte do Estado, em particular do Governo, "no sentido do cumprimento da lei da greve".

Para o PCP, "o Estado, o Governo, não podem ficar de braços cruzados" perante "uma atitude da empresa, que não pode estar acima da lei e da Constituição".

Solidarizando-se com os tripulantes de cabina em greve, o PCP sublinhou que as suas reivindicações "são justíssimas", em termos de salários, dias de descanso e proteção na saúde e velhice.

Os tripulantes de cabina portugueses da Ryanair entraram em greve pelo segundo dia não consecutivo.

A paralisação de três dias, que termina na quarta-feira, visa exigir que a transportadora irlandesa aplique a legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e a retirada de processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo abaixo das metas da empresa.

De acordo com o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, a companhia está a substituir os grevistas portugueses recorrendo a outras bases europeias.

O mesmo sindicato avançou que a operadora está a contactar tripulantes na Europa para substituírem os grevistas portugueses, chegando inclusivamente a ameaças de despedimento, acusação que a Ryanair se escusou a comentar.

Num memorando enviado aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, a Ryanair admitiu ter recorrido a voluntários e a tripulação estrangeira durante a greve dos tripulantes portugueses.

A Autoridade para as Condições de Trabalho anunciou hoje que desencadeou uma inspeção na Ryanair em Portugal para avaliar as irregularidades apontadas pelo sindicato.

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