02 abr, 2018 - 00:06 • Eunice Lourenço (Renascença) e David Dinis (Público)
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O novo líder do PSD está “mais disponível” para o diálogo, reconhece Ana Catarina Mendes. “Mas não nos enganemos”, alerta a número dois de António Costa no PS, em entrevista à Renascença e ao Público.
Como é que olha para a nova liderança do PSD? Sente que é diferente?
Sinto que é o PSD, que nunca deixará de ter o seu cunho ideológico. Há é uma diferença na atitude: Rui Rio mostra-se muito mais disponível para o diálogo. Mas não nos enganemos muito. Qual é o diálogo que o PSD está neste momento disposto a ter com o PS? A descentralização, que é fundamental; e o Portugal 2030. Se há coisa que o Portugal 2020 nos mostrou é que foi um mau quadro comunitário, negociado para Portugal. Olhar para o Portugal 2030 significa olhar para uma geração que vai beneficiar dessa capacidade que o Governo e as várias forças políticas tiverem de negociar em Bruxelas um quadro comunitário.
Acha que Rui Rio só está, portanto, a ser pragmático?
Acho que Rui Rio está, neste momento, entre a espada e a parede, com uma oposição interna que não o deixa ser líder da oposição. Mas a vida é o que é - e eu espero que Rui Rio pelo menos nestes dois dossiês cumpra os sinais que já deu - e que são sinais muito positivos. E que também engrandecem a democracia: nós não temos que estar de costas uns para os outros.
Já falou aqui das divergências à esquerda sobre a UE. A proximidade das eleições europeias não pode ser um momento de dar uma rampa ideológica para mostrar mais a separação entre os três parceiros?
Acho que tem sido dada e sabemos bem as divergências. Aquilo em que estou focada é que o PS aumente a sua representação no Parlamento Europeu e ganhe as europeias.
O seu nome já foi falado: admite ser cabeça-de-lista nessas eleições?
Não. Sou secretária-geral adjunta do PS. Estou absolutamente focada em ganhar as europeias e legislativas.
Já agora, admite que se juntem as europeias e legislativas?
É uma questão que se coloca e que era preciso termos uma revisão constitucional para que acontecesse. Do ponto de vista até das pessoas - e do cansaço das pessoas com eleições -, europeias com legislativas não me chocava.
Sem uma revisão constitucional, faria sentido se o Presidente colocasse o cenário de acontecer ainda nestas europeias?
Acho difícil neste momento. Vamos ter eleições europeias em maio e legislativas em setembro ou outubro.
Já é um dado adquirido que Francisco Assis deixará de ser o cabeça-de-lista às europeias?
Falta um ano e pouco. O PS vai ter um congresso, havemos de ter a nossa convenção sobre Europa no início do próximo ano...
Vai deixar essa decisão para 2019?