06 abr, 2018 - 11:47
O presidente do PSD afirmou esta sexta-feira que será mais importante para Portugal baixar a carga fiscal do que ter grandes 'superavits', embora defenda que se deve lutar para conseguir pequenos excedentes orçamentais nas contas públicas.
Numa conferência na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), com o tema "Portugal depois do ajustamento", Rui Rio voltou a defender a importância dos acordos de regime entre os partidos, dizendo que essa foi uma das razões porque quis liderar o PSD.
Na sua intervenção marcadamente económica, defendeu que o objetivo no futuro deve ser reduzir a dívida pública e caminhar para "pequenos 'superavits' orçamentais", para que o país continue num caminho de credibilização externa.
"E se de repente há uma conjuntura económica que até permite um orçamento português com 3% de 'superavit'? Eu diria: Não quero, baixo a carga fiscal. Prefiro baixar os impostos e ficar com um 'superavit' de 0,5%", sustentou, considerando que "esse toquezinho positivo" já será suficiente.
Em termos políticos, o presidente do PSD voltou a defender que só com acordos interpartidários Portugal conseguirá fazer as reformas estruturais de que necessita para ultrapassar os estrangulamentos.
"Não faz sentido ser líder de um partido da oposição que não seja para pôr Portugal em primeiro lugar, essa é que uma regra de ouro para mim", afirmou.
Rio salientou que, aos 60 anos, se sente "confortável" como líder do PSD para pôr em prática essa disponibilidade para acordos de regime "em nome de Portugal".
"Se é apenas para questões de tática partidária, eu sinceramente não me sinto confortável", afirmou, dizendo que "enquanto for presidente será assim", estejam os outros partidos também disponíveis para entendimentos.