18 abr, 2018 - 16:33
O PSD questionou esta quarta-feira o primeiro-ministro sobre a razão porque não aceita verbas de mecenas para avançar já com as obras no Hospital de São João, com António Costa a acusar os social-democratas de fugirem das suas responsabilidades.
No debate quinzenal na Assembleia da República, o líder parlamentar do PSD questionou António Costa sobre as obras na ala pediátrica do Hospital de São João, que o ministro da Saúde tinha anunciado hoje ficarem concluídas dentro de dois anos.
“Tem à sua disposição 20 milhões de dinheiros de mecenas, a pergunta é porque é que vai gastar 22 milhões de euros de dinheiros públicos?”, questionou Fernando Negrão, defendendo que as verbas reunidas pela associação “Um Lugar para o Joãozinho” permitiriam começar a obra “dentro de semanas”.
Na resposta, o primeiro-ministro, considerou que “o essencial é que se resolva agora o que durante dez anos esteve por resolver”.
“Acho extraordinário que há uma semana o Governo tenha sido acusado por a obra estar parada, por o Governo não investir, e agora nos venha censurar por querermos investir, em vez de aguardar que os mecenas venham fazer essa obra”, afirmou António Costa, pedindo ao PSD que “fixe a sua posição” sobre o tema.
“Nós assumimos as nossas responsabilidades, lamento que não assumam as vossas. Temos uma enorme vantagem: nós vamos fazer, os senhores não fizeram e já não vão fazer”, acrescentou.
Fernando Negrão classificou como “uma discussão inútil” o debate sobre de quem é a culpa, mas lembrou que nos últimos dez anos houve três governos e dois eram foram do PS.
Ainda sobre o mesmo tema, o primeiro-ministro citou o comentador político e ex-líder social-democrata Marques Mendes para salientar que um problema que está por resolver “há dez anos” e que envolve um tema tão sensível como crianças com problemas oncológicos devia envergonhar todos os políticos, sobretudo do PS e PSD, que partilharam responsabilidades no Governo nesse período.
“Quem trouxe o tema para este debate não fui eu e o que disse não foi empurrar culpas, foi assumir a nossa responsabilidade: nós vamos fazer aquilo que não foi feito”, assegurou António Costa.