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Costa não entendeu? Marcelo conta a história de um jovem que percebeu o discurso do 25 de Abril

26 abr, 2018 - 22:16

Referindo-se às dúvidas que o primeiro-ministro expressou sobre o discurso presidencial, Marcelo recorreu às palavras de um jovem que contou ter encontrado após a sessão solene de quarta-feira. "Mais vale prevenir do que remediar", disse o rapaz a Marcelo.

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O Presidente da República diz que no 25 de Abril fez um discurso de prevenção de "populismos, messianismos e sebastianismos", tendo em conta o quadro internacional, acrescentando que um jovem de 20 e poucos anos com quem se cruzou nesse dia mostrou ter entendido a intervenção feita na sessão solene da Assembleia da República.

O chefe de Estado respondeu, assim, às dúvidas que o primeiro-ministro expressou sobre as suas referências a "messianismos" e ao "endeusamento de políticos" na sessão solene do 25 de Abril. António Costa observou que "é muito difícil interpretar a arte moderna e nem sempre é possível interpretar os discursos modernos".

À entrada para uma conferência no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, questionado pelos jornalistas sobre se é mais fácil interpretar os motivos manuelinos do que a arte moderna, Marcelo Rebelo de Sousa contrapôs: "Não há dúvida nenhuma. Nunca há dúvidas de interpretação de nenhum tipo de arte, no manuelino, no renascentista..."

O rapaz de 20 e poucos anos...

Referindo-se diretamente às dúvidas expressadas pelo primeiro-ministro, o Presidente da República recorreu às palavras de um jovem com quem se cruzou nessa quarta-feira, mais ao final do dia, quando ia nadar. O rapaz, de 20 e poucos anos, resumiu bem, disse Marcelo, a mensagem presidencial: "Mais vale prevenir do que remediar".

"Ontem [quarta-feira] decidi, como sempre que posso faço, ir nadar, e encontrei um jovem assim nos 20 e poucos anos de idade que tinha ouvido na rádio as minhas palavras" relatou.

De acordo com o Presidente, esse jovem perguntou-lhe se o que quis dizer não foi "que mais vale prevenir do que remediar" e a sua resposta foi: "Olhe, acertou.

Depois, o jovem fez "uma pergunta muito inteligente", prosseguiu, "que foi a seguinte: mas por que é que foi este ano e não no ano e que vem, se no ano que vem é que há eleições?".

"Precisamente por isso. No ano que vem o 25 de Abril fica a um mês de eleições, é a pior altura para prevenir evitando ter de remediar uns anos claros mais tarde", justificou.

"Era mais ou menos o que eu queria dizer, olhando a outras experiências à volta de Portugal, pela Europa e no mundo", afirmou.

Enquanto caminhava para a entrada do Mosteiro dos Jerónimos, o chefe de Estado ainda acrescentou: "Eu acho que basta olhar à nossa volta, na Europa, para ver o que é que há de populismos, messianismos e sebastianismos. Há muito, de Leste a Oeste."

Instado a esclarecer que "messias" é que quer prevenir, Marcelo Rebelo de Sousa, retorquiu: "Ele [o jovem] percebeu".

Na sessão solene comemorativa do 44.º aniversário do 25 de Abril, na Assembleia da República, o Presidente da República voltou a alertar para o perigo de fenómenos de "contestação inorgânica e antissistémica e de ceticismo contra os partidos".

Apelou, uma vez mais, à "capacidade de renovação do sistema político e de resposta dos sistemas sociais, de antecipação de desafios, de prevenção de erros ou omissões", mas colocou a tónica no "equilíbrio de poderes", alertando contra "messianismos de um ou de alguns, alegadamente para salvação dos outros".

Comentários
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  • 27 abr, 2018 Aldeia 13:34
    Ó Sr Presidente Marcelo, já que se julga tão inteligente responda: "Em Espanha houve 25 de abril??"
  • António dos Santos
    27 abr, 2018 11:01
    Aqui se vê a burrice e má formação da classe política. Sua Excelência o Senhor Presidente da República, foi claro, só a mente retorcida dos políticos não os deixam discernir.
  • João Lopes
    27 abr, 2018 Viseu 09:29
    Há "contestação inorgânica e antissistémica e de ceticismo contra os partidos", porque há bastante hipocrisia na maior parte dos políticos que governam o País: pensam pouco no bem comum e mais nas possibilidades de se servirem do poder por motivos partidários ou pessoais. Não servem…servem-se!

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