30 abr, 2018 - 22:21
Rui Rio acusa o Bloco de Esquerda de estar numa competição mediática que prejudica a credibilidade da política.
O líder do PSD referia-se à proposta do Bloco de criar uma comissão de inquérito ao chamado caso Manuel Pinho.
No passado domingo Rui Rio tinha anunciado que o PSD ia chamar o ex-ministro ao Parlamento e esta segunda-feira o Bloco propôs uma comissão de inquérito. Mas o líder do PSD considera que ainda é cedo para isso.
“Se ele não for ao Parlamento, ou se adiar muito a ida ao Parlamento, ou se for ao Parlamento confessar que é verdade aquilo de que é suspeito, o cenário é um. Mas se ele lá for e disser que é mentira e dizer que tudo o que têm dito é mentira, então que comissão de inquérito temos de fazer se as coisas forem mentira?”
“Isto é uma competição mediática entre partidos, no qual nós não entramos”, afirma.
Rui Rio quer uma clarificação rápida deste caso porque considera que a democracia portuguesa não aguenta muito mais histórias de corrupção.
“A sociedade portuguesa e a democracia portuguesa não aguenta muito mais histórias como aquelas que nos últimos anos temos ouvido relativamente a corrupção e compadrio. Para clarificar isso o PSD tomou a decisão de convidar – já que ele não é obrigado a isso – o ex-ministro da Economia do Governo de José Sócrates, para ir ao Parlamento clarificar publicamente as suspeitas que neste momento pendem sobre ele.”
“Não é aceitável que se prolongue durante muito mais tempo o silêncio em que ele se resguardou”, diz ainda Rui Rio.
O presidente do PSD falou esta segunda-feira à noite em Castanheira de Pêra, no jantar dos Trabalhadores Social Democratas, onde voltou a defender aumentos para a função pública.
“Se nós tivéssemos efetivamente um milagre económico, é evidente que este Governo faria aquilo que qualquer outro Governo faria perante um milagre económico”, disse Rio, nomeadamente “dar aos trabalhadores da função pública o aumento da inflação, para que não haja mais um ano a perder poder de compra”.
Rui Rio diz que esse aumento custaria apenas 300 milhões de euros anuais, muito menos que as ajudas à banca, e voltou a insistir na divulgação da lista dos maiores devedores à Caixa Geral de Depósitos. “O valor dado à banca, só nestas referências que fiz, é 25 vezes mais do que custaria anualmente essa reposição do poder de compra.”
“Não estou a dizer que se deve desequilibrar o orçamento, ou fazer loucuras, ou eleitoralismo, mas há uma coisa que estou a dizer: temos, todos os portugueses, em particular os funcionários públicos, o direito de saber quem são realmente os grandes devedores da Caixa Geral de Depósitos. Não é quem ficou a dever 10 mil, ou 20 mil, ou até 100 mil euros, não, os grandes devedores.”
“E por isso o PSD agora vai pedir mais uma vez, e formalmente na Assembleia da República, quem são os 50 maiores devedores da Caixa Geral de Depósitos”, concluiu.