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Caso Manuel Pinho

Capoulas Santos "desconfortável" com julgamentos na praça pública

03 mai, 2018 - 15:25 • Susana Madureira Martins

Em entrevista à Renascença, o ministro da Agricultura distancia-se dos que se sentem "envergonhados" e diz não acreditar "que o PS confunda política com justiça".

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O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, manifesta-se, em entrevista à Renascença, "desconfortável por um político ser alvo de investigação", mas fica também "muito desconfortável" por ver "políticos ou qualquer outro cidadão a serem julgados na praça pública".

Reagindo ao caso Manuel Pinho e aos alegados actos de corrupção que envolvem o ex-ministro do governo socialista e Ricardo Salgado, Luís Capoulas Santos considera que "nenhum político ou nenhum cidadão está acima da lei".

"A lei e o Estado de direito em que vivemos existem precisamente para investigar e punir, se for caso disso, qualquer cidadão", sublinha.

"Naturalmente que, se for um político, há ainda razões acrescidas" para este tipo de julgamento ser mais severo, adverte o membro do Governo, sem esconder que isso o incomoda e "muito, seguramente".

O ministro da agricultura, militante do PS há quarenta anos, distancia-se das posições do presidente do partido, Carlos César, e do porta-voz socialista João Galamba, que já se disseram "envergonhados" com os casos que envolvem o antigo ministro da Economia e o ex-primeiro-ministro José Sócrates.

Sobre essas posições, Capoulas Santos diz mesmo não acreditar "que o PS confunda política com justiça", que se "trata de opiniões de cidadãos que exercem neste momento cargos políticos", mas que, "nos casos em apreço, trata-se de problemas de justiça".

"É muito importante que a justiça decida com celeridade possível estes casos", acrescenta.

O ministro da Agricultura considera ainda que o "mais lamentável" é verificar que "têm acontecido são julgamentos na praça pública" e, "durante anos consecutivos, fugas de informação que deviam estar no segredo de justiça". Para Capoulas Santos, isto "não serve a justiça, a democracia ou o Estado de direito".

"Se há suspeitas, devem ser investigadas, porque ninguém está acima da lei, e o poder judicial deve, agora, com celeridade, punir quando houver casos que devem ser punidos", defende o ministro.

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