05 jun, 2018 - 09:18
O Bloco de Esquerda (BE) quer ouvir com urgência o ministro da Educação no Parlamento para esclarecer a decisão sobre a contagem do tempo de serviço dos professores, que o partido considera "reprovável e inaceitável".
A deputada Joana Mortágua acusou o governante de "castigar os professores por causa de um braço-de-ferro com os sindicatos na contagem do tempo de serviço".
"O Governo não tem razão. É um braço de ferro em que o Governo não está a cumprir a resolução da Assembleia da República e a lei do Orçamento do Estado. E por causa desse braço de ferro o Governo vai dificultar a vida a centenas de milhares de professores e estudantes", defendeu Joana Mortágua.
Tiago Brandão Rodrigues confirmou, na segunda-feira, que os professores não vão ter contabilizado qualquer tempo de serviço congelado por terem falhado as negociações com os sindicatos.
A ausência de acordo "significa ficar tudo como estava", disse o ministro da Educação aos jornalistas, no final de um dia de reuniões com os sindicatos de professores.
O ministro confirmou assim que os professores não vão ver contabilizados para efeitos de progressão na carreira os nove anos, quatro meses e dois dias que reclamam desde o início das negociações e que o Governo retira de cima da mesa a proposta para contabilizar cerca de dois anos e nove meses, colocando o ónus da decisão naquilo que considerou ser uma falta de flexibilidade por parte dos sindicatos para aproximar posições.
A resposta dos sindicatos pode chegar já na quarta-feira, depois de conhecidos os primeiros resultados e propostas do Governo para a negociação do despacho de organização do ano letivo, diploma do qual os sindicatos esperam avanços em termos de definição de horários de trabalho dos professores, uma das matérias de reivindicação.