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Governo "não tem dinheiro" para os professores

05 jun, 2018 - 16:07

Primeiro-ministro diz não ser possível acordo com “posição intransigente” dos sindicatos. António Costa falava no debate quinzenal e disse, ainda recusar que a classe docente seja uma exceção no descongelamento de carreiras.

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O Governo "não tem dinheiro" para suportar o impacto de "600 milhões de euros por ano" que representaria a contagem do tempo de serviço dos professores desde 2011, afirmou esta terça-feira o primeiro-ministro.

António Costa, que já tinha sido questionado sobre o assunto durante o debate quinzenal na Assembleia da República, insistiu perante a deputada do PEV Heloísa Apolónia que o Governo "não tem dinheiro" para suportar o custo que implicaria contar o tempo de serviço dos professores entre 2011 e 2017, precisando que seriam "600 milhões de euros por ano".

"Quando falei em 600 milhões de euros não é o custo dos nove anos, quatro meses e dois dias. São só o custo que teria o tempo de 2011 a 2017 e, por mais faseamento que exista no final do dia, são sempre mais 600 ME por ano", precisou.

"E é para isso que não há condições", disse, frisando que a proposta do Governo - contar dois anos e nove meses e 18 dias - foi "ao limite das capacidades financeiras" existentes e é aquela que, "cumprindo a lei" e "com boa fé negocial", permite um "tratamento de igualdade relativamente aos outros servidores do Estado".

O primeiro-ministro também lamenta o que considera ser "a posição intransigente dos sindicatos", recusando igualmente que esta classe seja uma exceção no descongelamento de carreiras.

"Não há disponibilidade para fazer o acordo com base na posição intransigente dos sindicatos, não havendo evolução não há mais negociação, a não ser que haja disponibilidade para evolução", afirmou António Costa.

No debate quinzenal, a deputada do PEV Heloísa Apolónia acusou o primeiro-ministro de se preparar para não cumprir a lei na negociação com os professores e declarou que o governo do PS "está a ser uma desilusão".

"Criar uma chantagem com os sindicatos, dizer que ou aceitam os dois anos e nove meses ou não levam nada. Este governo do PS está a ser uma desilusão", afirmou a deputada do PEV, partido que fez aprovar no parlamento, em dezembro do ano passado, uma resolução que prevê que, após o descongelamento das carreiras, deve ser contado todo o tempo de serviço para efeitos de progressão.

Heloísa Apolónia acusou o executivo de se preparar para "não cumprir a resolução da Assembleia da República" e a lei do Orçamento do Estado para 2018, recusando que o montante em causa sejam "600 milhões de euros por ano".

"O senhor sabe que não custaria 600 milhões de euros. Não seria a progressão de todos, ao mesmo tempo no mesmo dia e para que não tenha esse peso é que se fala em progressividade", disse Heloísa Apolónia, frisando que "os sindicatos estão dispostos a fasear a contagem de tempo de serviço".

No debate, Heloísa Apolónia questionou ainda o primeiro-ministro sobre as medidas para reduzir a utilização de plástico, afirmando recear que o Governo "vá pelo caminho errado".

"Taxar não é o correto, temos de trabalhar para a redução" da utilização dos plásticos, defendeu.

Sobre esta questão, o primeiro-ministro disse apenas que o governo apresentará "daqui a três dias" o relatório para a redução e reutilização dos plásticos.

[notícia atualizada às 19h25]

Comentários
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  • Há com cada um
    07 jun, 2018 MEU 19:32
    Aldrabices de um aldrabão. Nunca se falou em retroactivos, logo a conversa dos 2011 até 2017, é só para confundir a Opinião Pública, o que a julgar pelos comentários aqui ditos, desde não haver avaliação, até progressão automática - coisas de gente ignorante ou de má fé, pois tanto há avaliação, como para progredir, é necessário cursos de formação com aproveitamento, relatórios anuais de actividade com classificação de "Bom", aulas assistidas por avaliadores externos, e claro vagas. Se isto é progressão "automática" por antiguidade... Mas claro, a ideia nunca foi falar a verdade, certo Eborense/António dos Santos e outros bloggers pagos para intoxicar com alarvices mentirosas? Nem vou falar nos 3900 Milhões de euros enterrados no BES. Nem vou falar nos 3900 milhões que vão ter de avançar para cobrir os buracos na Banca entretanto descobertos ou os 10 mil milhões que vêem a seguir e que para isso haverá sempre dinheiro.
  • António dos Santos
    05 jun, 2018 20:03
    O que os malandros e incompetentes, da classe dos professores querem? São mais que os outros funcionários do estado? O resultado do trabalho dos professores, Vê-se no resultados no final do ano, que se deve fundamentalmente à sua incompetência!
  • lima
    05 jun, 2018 vila 19:38
    Só há dinheiro para a banca........há sempre muitos milhões.......este PS nunca conseguirá uma maioria.
  • A. Moura
    05 jun, 2018 Lx 19:16
    Quem semeia ventos, colhe tempestades. O oportunismo, a demagogia e a hipocrisia, que a então oposição cultivou no tempo do passismo, vai custar caro. E o preço vai ser uma vitória por maioria simples. E depois o pântano...
  • Eborense
    05 jun, 2018 Évora 18:41
    E que tal, se os Sr.(s) Professores quisessem ser avaliados, em vez de quererem progredir na carreira em função apenas do tempo de docência? Não gosto deste governo, mas aqui tem toda a razão.
  • Que Aldrabão
    05 jun, 2018 MinEdu 17:38
    Intransigente!? Intransigente e chantagista é o Governo, que apresenta um ultimato do género " trabalharam quase 10 anos congelados, mas só vamos reconhecer cerca de 3, e mesmo esses é para fasear em nunca menos de 5 anos, e ou aceitam isto, ou não levam nada!". Isto quando outras classes profissionais como oficiais de polícia, militares juízes e outros tiveram o descongelamento integral. E essa falácia de não haver dinheiro, não passa disso mesmo: uma falácia. É que 3900 milhões de Euros já estão de parte para financiar a Banca, que depois necessitará de mais 10 mil milhões para pagar a má gestão reinante e sem haver quaisquer prisões ou responsabilidades. Fora os 18 mil milhões que já "escorregaram" para a Banca. Vem agora este ... falar em "intransigência", quando o PM travestido de Sócrates-Passos Coelho, prometeu em negociações anteriores , o que agora não quer cumprir. O que ele quer é que os Sindicatos aceitem uma côdea e a toda a porcaria que lhe querem por nas mãos, pois a massa é curta para parecer bem em Bruxelas, e ao mesmo tempo alimentar a pança voraz da Banca. Força, Sindicatos, é para isso que existem.
  • antonio fernandes
    05 jun, 2018 santarem 17:22
    Não sou professor. Se fosse nunca quereria o Nogueira comuna a defender-nos. Quanto ao sr Costa e Centelho, deviam ter vergonha na cara. Há dinheiro para " as éticas " políticas....
  • esses srs e sras
    05 jun, 2018 lis 16:55
    devem ter a memória curta!...fiam-se nas declarações do Nogueira que são um atentado à inteligência! Fala em chantagem do ministro, deturpando as suas palavras!

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