14 jun, 2018 - 19:50
O secretário-geral do PCP avisou professores e outros trabalhadores de que se o PS estivesse em maioria absoluta no parlamento "nem meio caminho" de "avanços" teria acontecido, pedindo "mais força" ao seu partido.
"Daqui também se pode extrair uma outra lição: tivesse o Governo do PS uma maioria na Assembleia da República e não teríamos conseguido alcançar estes avanços", afirmou Jerónimo de Sousa, numa sessão pública com trabalhadores, inserida numa campanha de contacto e angariação de militantes, em Linda-a-Velha, Oeiras.
O líder comunista enumerou os diversos ganhos face à anterior legislatura do Governo PSD/CDS, em termos de horários, remunerações, salários, reposição de feriados e maior justiça fiscal, além de mais apoios sociais e o aumento extraordinário de reformas, entre outros.
"Não fora, porventura este partido [PCP], com a sua intervenção e propostas, e muitos dos avanços verificados nestes dois anos e meio, nem a meio caminho teriam chegado.
Não tivesse o PCP tido o papel que teve e continuávamos a andar para trás", assegurou.
Jerónimo de Sousa lembrou o debate de atualidade, marcado para esta sexta-feira pelos comunistas, no parlamento, sobre as condições profissionais dos professores, e apelou à luta contra as novas alterações na legislação laboral acordadas em concertação social pelo executivo socialista, as confederações patronais e a central sindical UGT e cujo debate parlamentar será em 06 de julho.
"Luta justa e necessária quando se avolumam sinais e práticas que indiciam uma vontade da ação governativa de dar como adquirido em definitivo o roubo de direitos e também de rendimentos, como é exemplo a negação do descongelamento de carreiras dos trabalhadores da administração pública como militares, professores, forças de segurança e justiça", reforçou.
Recentemente, o ministro da Educação declarou que, perante a inflexibilidade dos sindicatos de docentes, que querem ver contabilizados nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço, o Governo retirava a sua proposta de contabilizar cerca de dois anos e nove meses.
Para o secretário-geral do PCP não há outro caminho que não a "reposição daquilo que é devido aos professores e outros", pois o Orçamento do Estado para 2018, no seu artigo 19, não coloca em causa o montante a devolver, mas sim "o prazo em que o Governo o deve concretizar".
"Foi muito ampla e diversificada a ação da política de direita concretizada pelo PS, PSD e CDS, de desvalorização do trabalho e seu papel no desenvolvimento da sociedade e de ataque a direitos fundamentais dos trabalhadores e às suas condições de vida", criticou Jerónimo de Sousa.
O líder comunista acusou PS, PSD e CDS de optarem por "um caminho", ao longo dos últimos 40 anos, de "ampliação do saque sobre o trabalho, pacote atrás de pacote de medidas", para promover "a alteração para pior das leis laborais".
Jerónimo de Sousa frisou ainda a importância da independência financeira do partido, designadamente através da quotização regular dos militantes face às outras forças políticas, "que amaciam o capitalismo" e aceitam outros fundos, incluindo os "representantes de Trotsky" em Portugal, numa referência ao BE.