17 jun, 2018 - 15:20
O primeiro-ministro, António Costa, defende que o país tem de se habituar “a não aguardar pelas tragédias” para dar importância àquilo que é estrutural, elegendo a floresta e o interior como prioridades.
“É preciso que o país se habitue a não aguardar pelas tragédias para dar importância àquilo que é verdadeiramente estrutural”, frisou António Costa, recordando, após a missa em memória das vítimas dos incêndios de há um ano, realizada na vila de Pedrógão Grande, que o Governo arrancou ainda em 2016, antes dos grandes fogos, com a reforma da floresta e a criação da Unidade para a Missão de Valorização do Interior.
Segundo o primeiro-ministro, há duas questões estruturais que o país tem de enfrentar e para as quais hoje, “infelizmente, está mais alerta do que devia ter estado a tempo e horas”: as necessidades de revitalizar o interior e de concretizar a reforma da floresta.
António Costa sublinhou que o desafio é "para muitos anos", visto que a revitalização do interior e a reforma florestal serão matérias que levarão "o seu tempo", face ao território extenso e "muito abandonado" do interior. A estes desafios somam-se as alterações climáticas, que hoje criam maiores situações de risco de incêndio.
"Ao mesmo tempo que fazemos esse trabalho de longo prazo, não podemos deixar de dar resposta ao imediato, acorrer àqueles que carecem de resposta imediata e prepararmo-nos para o período que aí vem, por forma a termos as melhores condições possíveis para evitar tragédias como a tragédia de Pedrógão Grande", referiu.
"Estamos mais bem preparados"
Relativamente ao período crítico de incêndios que se avizinha, António Costa considerou que Portugal está hoje "mais bem preparado, com mais equipamento, com mais recursos", além de se ter registado um esforço de prevenção que não existia anteriormente.
António Costa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, foram algumas das personalidades que estiveram presentes na missa em memória das vítimas, na Igreja Matriz de Pedrógão Grande.
O incêndio que deflagrou há um ano em Pedrógão Grande (distrito de Leiria), em 17 de junho, e alastrou a concelhos vizinhos provocou 66 mortos e cerca de 250 feridos.
As chamas, extintas uma semana depois, destruíram meio milhar de casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas.
Em outubro, os incêndios rurais que atingiram a região Centro fizeram 50 mortes, a que se somam outras cinco registadas noutros fogos, elevando para 121 o número total de mortos em 2017.