18 jun, 2018 - 14:05
O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, desafiou esta segunda-feira o Governo a "pedir desculpa aos professores" caso entenda que existem "circunstâncias extraordinárias" que impeçam a contagem integral do tempo de serviço que esteve congelado.
Na sua intervenção na abertura das jornadas parlamentares do PSD, a decorrer hoje e amanhã na Guarda, Fernando Negrão acusou o Governo de ter começado por "enganar os professores assegurando uma contagem integral desse tempo", com o primeiro-ministro a anunciar depois que não há dinheiro para esse efeito.
"No caso dos professores, os factos são claros. Primeiro facto: o Governo prometeu e agora vem dizer que não pode cumprir. Segundo facto: o prometido é devido, ou como diz o primeiro-ministro António Costa, palavra dada, palavra honrada", afirmou Negrão.
Para o líder parlamentar do PSD, "só circunstâncias extraordinárias podem justificar que assim não seja".
Se for esse o caso, acrescentou, o Governo "devia, no mínimo, começar por reconhecer a sua continuada política de austeridade e pedir desculpa aos professores e com eles recomeçar de boa fé as negociações centradas no essencial, que é a revisão dos respetivos estatutos".
Os professores deram hoje início a uma segunda greve no espaço de um mês para exigirem a contagem total do tempo de serviço que lhes foi congelado. Os docentes querem que o Ministério da Educação reponha os 9 anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço que foram congelados desde 2005 e acusam o ministro da Educação de estar a dar o dito por não dito.
O ministro da tutela, Tiago Brandão Rodrigues, garante que nunca se comprometeu com a reposição do tempo integral de carreira que foi congelado e o Governo garante que não há dinheiro suficiente nos cofres do Estado para esse efeito.