02 jul, 2018 - 18:02
O líder do PSD, Rui Rio, considera que a saída de Santana Lopes é uma perda para o partido e sublinha a importância do seu legado na história do PSD.
"É um ativo que o partido perde", sublinhou o líder social-democrata, depois de uma reunião com a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). "Santana Lopes faz parte da história do PSD, muito mais por bons episódios e bons motivos do que por motivos menos bons", reforçou o ex-presidente da Câmara Municipal do Porto.
O dirigente do partido reage assim à entrevista de Santana Lopes à revista "Visão", na qual o antigo líder dá por terminada a sua relação com o PSD e abre a porta à criação de um novo partido.
Para Rui Rio, a eventual saída significa a perda de um "militante especial, que foi presidente do partido, foi candidato muitas vezes”.
Rio garantiu ainda que a possível saída do militante do PSD não se deve a qualquer atrito de natureza pessoal com qualquer membro do partido. "É uma figura que todos nós acarinhamos” completou o dirigente político que disputou a liderança do PSD com o ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
"Não vai dividir o partido", rematou Rio nas declarações aos jornalistas.
Visita a Luanda. “Areias na engrenagem” não afetam Rio
Sobre outro social-democrata – Marques Mendes -, Rui Rio desvalorizou as críticas que o comentador político lhe dirigiu no seu espaço de comentário na SIC a propósito da sua visita a Luanda, negando mal-estar entre o Governo e o PSD.
"Não senti nenhum mal-estar com o Governo português, de forma nenhuma. Haverá algumas pessoas incomodadas que procuram agora atirar areia para a engrenagem, procurando estragar aquilo que, por Portugal, conseguiu ser feito", comentou o líder social-democrata.
No seu espaço de comentário, o também social-democrata Marques Mendes acusou Luanda de ter usado Rio para dar “uma bofetada política no Governo”. Rio desvalorizou a antecipação em relação ao Governo no encontro com as autoridades angolanas, voltando a frisar o sucesso da reunião com o Presidente angolano e o Movimento Popular de Libertação de Angola.
"Sendo bom para o PSD, é, acima de tudo, bom para Portugal. Fui lá como um dirigente político português, independentemente de tudo. É uma ajuda para que as relações entre Angola e Portugal possam melhorar relativamente àquilo que foi este período mais recente", explicou Rio.
Noutro plano, Rui Rio admite estar ao lado do Governo nas negociações para os fundos comunitários da Política Agrícola Comum em Bruxelas. O primeiro pilar da política diz respeito aos produtores e não sofrerá quaisquer cortes, mas “o que apoia o desenvolvimento e o investimento no setor agrícola, apresenta uma queda brutal.”
"Aquilo que se impõe é que o PSD continue o que tem feito nesta matéria, que é procurar apoiar o Governo em Bruxelas, no sentido de Portugal receber mais fundos do que aqueles que neste momento estão previstos", assegurou o dirigente partidário.
Para Rio, a descida nos fundos comunitários em 17% seria “pesada” para o Orçamento de Estado, implicando um valor de 200 milhões nas contas do país e, por isso, o líder social-democrata está à disposição do Governo e dos agricultores nas negociações com Bruxelas.