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OE 2019. PS apela à esquerda para evitar regresso a "regime de isolamento"

03 jul, 2018 - 11:39

Mensagem foi deixada pelo líder da bancada do PS na abertura das jornadas parlamentares do partido.

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O líder parlamentar do PS afirmou hoje esperar que as negociações do próximo orçamento sejam caracterizadas pelo "indispensável sentido de responsabilidade", manifestando-se convicto de que os parceiros da esquerda não querem voltar a uma situação de isolamento político.

Carlos César falava na abertura da sessão plenária das Jornadas Parlamentares do PS, num longo discurso em que se referiu às negociações do Orçamento do Estado para 2019.

"É uma apreciação que esperamos que seja concluída o mais depressa possível, que seja marcada pela convergência e pelo indispensável sentido de responsabilidade que estão envolvidos nesse diálogo. Outra coisa que não se espera dos partidos que certamente que se orgulham dos resultados destes três anos de atividade governativa, até porque nem o PS se desviou do seu percurso, nem os partidos que têm apoiado o Governo querem voltar a um regime de isolamento e a uma falta de influência na política portuguesa", declarou Carlos César, numa alusão ao Bloco de Esquerda, PCP e PEV.

Neste discurso, Carlos César responsabilizou também os "yuppies" tecnocratas do cavaquismo pela acentuação de assimetrias regionais e pela maior crise demográfica das últimas décadas e considerou que a luta entre PSD e CDS "não conhece limites".
"Vivemos num país marcado por assimetrias que devem continuar a constituir motivo da nossa preocupação, porque são desigualdades que penalizam as áreas do interior e que são resultado de um tempo longo em que o interior pouco contava e em que estas temáticas foram subestimadas em geral pelos governos, mas, de forma muito particular, pela direita. Todos nos recordamos do desprezo que áreas como estas do interior mereceram em tempos de governação prolongados, como aqueles que foram marcados pelos 'yuppies' e pelos tecnocratas do cavaquismo", disse, recebendo um prolongado aplauso dos deputados do PS.

Carlos César considerou em seguida "estranho" que CDS-PP e PSD invoquem agora uma prioridade para as questões do interior do território nacional.

O presidente do Grupo Parlamentar do PS estimou que em 2017, em particular no Alentejo, tenham sido criados 16 mil postos de trabalho, quando, ao longo do último executivo PSD e CDS-PP, se "perderam mais de 30 mil empregos".

"Parece que agora alguns partidos despertaram para as questões demográficas e da natalidade", observou.

Carlos César referiu então que o PS entende que uma estratégia eficaz das políticas para a infância tem de ser concertada entre as dimensões económica e social, tendo em vista promover a conciliação entre trabalho e família.

"Ora, isto tem pouco a ver com propostas do PSD, que o CDS, aliás, diz terem sido plagiadas de outras que anteriormente havia apresentado. Esse conflito sobre plágio deve resultar das semelhanças dos que, enquanto estiveram no Governo juntos, conviveram sem qualquer remorso com uma queda da natalidade superior à verificada nas duas décadas anteriores", criticou Carlos César.

O líder da bancada do PS considerou ainda que, no campo da direita, "a luta pela posição dominante é uma das novidades deste tempo político recente".

"O pior é que nessa luta entre PSD e CDS-PP já não se conhecem limites. Ainda hoje o CDS apresentou propostas para reduzir para metade as tabelas de IRS das populações do interior", apontou.

De acordo com Carlos César, essa proposta do CDS "representa mais umas centenas de milhões de euros que se pretende subtrair ao Orçamento do Estado, a que junta se o montante de 400 milhões de euros que o CDS também pretende tirar no caso do ISP (Imposto sobre Produtos Petrolíferos)".

"Com tantas centenas de milhões retirados, é mesmo difícil fazer os empreendimentos que a direita reclama no Alentejo e em todo o país", acrescentou.

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  • 03 jul, 2018 aldeia 14:06
    Por situações como esta que nenhum partido deve ter maioria absoluta,entendam-se uns com os outros para uma melhor e justa governação.

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