04 jul, 2018 - 12:57
O CDS exigiu esta quarta-feira saber onde estão e quem são os profissionais de saúde que o Governo diz que tem contratado, comparando a realidade nos serviços de saúde com os livros "Onde está o Wally?".
Durante a audição do ministro da Saúde, no Parlamento, a deputada do CDS Isabel Galriça Neto insistiu várias vezes no tema das contratações de recursos humanos na saúde, vincando que o Ministério tem apresentado números diferentes consoante a situação.
"O que temos vindo a assistir é a que, em alturas distintas ao longo do ano, são anunciados números diferentes. O que pergunto é onde estão e quem são esses profissionais", declarou Isabel Galriça Neto.
"O Wally continua por encontrar. [O ministro da Saúde] deixa-nos a alegoria de 'Onde está o Wally?'", ironizou a deputada, referindo-se aos livros de banda desenhada que desafiam os leitores a encontrar o boneco "Wally".
Para o CDS, a realidade mostra que "não há profissionais em número suficiente, indicando que os próprios conselhos de administração dos hospitais "não sabem onde estão os profissionais" que o Governo tem referido como contratados.
Segundo o ministério, em comparação com o início da legislatura há mais cerca de 8.000 profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o ministro a referir hoje que, até ao final do ano, o número chegará a cerca de 10 mil profissionais adicionais.
A deputada do CDS refere que nas várias visitas feitas aos hospitais, as administrações têm referido a falta de recursos humanos e a ausência de autorizações para realizar contratações.
"Há uma dissonância entre o discurso e aquilo que a realidade revela", conclui.
Na audição parlamentar, o ministro tem sido confrontado com a necessidade de contratar mais profissionais para suprir as necessidades com a passagem às 35 horas de trabalho de enfermeiros, técnicos e assistentes no Serviço Nacional de Saúde.
Os deputados do PCP, BE, PSD e CDS consideram claramente insuficiente os 2.000 profissionais que o Ministério contratará a partir deste mês, estimando que sejam precisos pelo menos 5.000 profissionais só para colmatar a passagem das 40 para as 35 horas de trabalho semanais.