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PSD Lisboa diz que demissão de Robles retira razão a Catarina Martins

30 jul, 2018 - 16:30

Presidente da concelhia do PSD na capital questiona futuro do acordo de governação autárquica firmado entre PS e Bloco.

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O presidente da concelhia de Lisboa do PSD, Paulo Ribeiro, considerou esta segunda-feira que a renúncia de Ricardo Robles ao mandato de vereador da Câmara Municipal retira razão à coordenadora do Bloco de Esquerda, que na semana passada saiu em defesa do autarca.

Ricardo Robles anunciou hoje a sua renúncia como vereador do BE da Câmara de Lisboa, afirmando ser "uma decisão pessoal" com o "objetivo de criar as melhores condições para o prosseguimento da luta do Bloco pelo direito à cidade".

A demissão surge na sequência de uma notícia avançada na edição de sexta-feira do Jornal Económico, segundo a qual, em 2014, o autarca adquiriu um prédio em Alfama por 347 mil euros, que foi reabilitado e posto à venda em 2017, avaliado em 5,7 milhões de euros.

Na sequência desta notícia, a concelhia de Lisboa do PSD pediu a demissão do vereador bloquista, acusando-o de "falta de ética, seriedade e credibilidade política".

Hoje, o presidente da concelhia dos sociais-democratas salientou que o PSD “foi o único partido que, perante os factos conhecidos, exigiu a demissão do vereador Ricardo Robles”, alegando que o bloquista “não tinha condições políticas para continuar a exercer as funções que exercia”.

Na opinião de Paulo Ribeiro, esta decisão “por um lado, vem dar razão ao PSD de Lisboa, e por outro lado vem retirar razão à coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que ainda este sábado veio dizer que a ação do vereador Ricardo Robles estava em linha e que era consistente com aquilo que é a ação política do Bloco de Esquerda nestas matérias”.

“A sua demissão vem naturalmente dar razão ao nosso pedido, por manifesta insustentabilidade política que era demonstrada para que o vereador Ricardo Robles pudesse continuar a exercer as funções de vereador na Câmara Municipal de Lisboa”, salientou o responsável, em declarações à agência Lusa.

Paulo Ribeiro apontou também que “o PSD de Lisboa sempre colocou a questão no plano político” e acusou o até agora vereador do BE de “inconsistência e incoerência entre aquilo que foi o seu discurso e a sua intervenção política ao longo destes anos e aquilo que foi a sua ação enquanto cidadão”.

Dada a existência de um acordo de governação da cidade firmado entre o PS e o BE, o presidente da concelhia do PSD considerou também que a questão que se coloca agora é “se Fernando Medina [presidente da Câmara de Lisboa] pretende manter o acordo”.

O acordo atribuiu a Ricardo Robles os pelouros da Educação e Direitos Sociais, e Paulo Ribeiro quer saber ainda se se manterá “a distribuição de pelouros a quem irá substituir o vereador”.

“O dossiê não fica aqui fechado, porque ao longo dos últimos dias foram-se levantando também dúvidas e questões sobre o próprio processo de licenciamento do prédio”, feito “numa altura em que o vereador era, à data, deputado municipal”, sublinhou.

Por isso, o “PSD na Assembleia Municipal irá requerer um acesso total e urgente ao processo de licenciamento do prédio, por forma a que este processo possa ser devidamente analisado e daí possam eventualmente decorrer outras ações, caso algumas das questões que têm vindo a ser levantadas se possam vir a confirmar”.

Numa nota a que a agência Lusa teve acesso, Ricardo Robles aponta que no domingo informou a coordenadora da Comissão Política do Bloco de Esquerda da sua “intenção de renunciar aos cargos de vereador na Câmara Municipal de Lisboa e de membro da comissão coordenadora concelhia de Lisboa do Bloco de Esquerda”.

Esta é, de acordo com Ricardo Robles "uma opção privada, forçada por constrangimentos familiares" e "no respeito pelas regras legais", para ultrapassar aquilo que se tornou "um problema político real" e que criou um enorme constrangimento à "intervenção como vereador".

"Esta é uma decisão pessoal que tomo com o objetivo de criar as melhores condições para o prosseguimento da luta do Bloco pelo direito à cidade", conclui a mesma nota.

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  • Anónimo
    31 jul, 2018 17:13
    O que é que o PSD Lisboa tem a ver com isso? Votaram para o BE nas autárquicas?
  • Helena Matos
    31 jul, 2018 Coimbra 04:21
    Não sei o que é pior. Se a falta de vergonha de Robles, q se fartou de encher a boca com discursos contra a especulação imobiliária e depois , vai-se a ver, era um dos seus promotores em benefício próprio, se a sem vergonhice de Catarina Martins, mais papista q o papa, a tentar pôr o labéu sobre a imprensa chamando-a de mentirosa, qdo o proprio admitia todos os contornos da coisa. Aconselha-se a menina a consultar o dicionário e a ler o que significa "especulação imobiliária". E se Robles e a maninha não estão hoje com os quase 6 milhões no bolso q pediam pelo prédio deve-se apenas a dois factos: 1. a especulação foi mto para além do aceitável e não encontrou comprador 2. A marosca foi descoberta pelos jornais e o homem teve q recuar na intenção de vender. Esperemos pelos próximos episódios para ver em q vai dar tudo isto, agora q está liberto das suas funções de vereador. Pode ser q o BE aprenda a deixar de ser moralista de meia tigela. Pelo meio fica por perceber como diabo um fulano q, a avaliar pelas notícias q foram surgindo, declara ganhar menos de 2 mil euros mensais obtém de um banco público um empréstimo para restauro da casa no valor de mais de meio milhão de euros. Há gente com sorte!

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