Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Santana quer que UE financie reforma da ferrovia e da justiça

21 ago, 2018 - 20:34 • Eunice Lourenço

Na carta de princípios do seu novo partido, o antigo primeiro-ministro defende aproveitamento da Base de Monte Real e conclusão da ligação entre Beja a Portalegre.

A+ / A-

Pedro Santana Lopes quer que Portugal tenha “programas de desenvolvimento global” com a União Europeia e não apenas programas de “fundos estruturais sectoriais”. E defende que um desses programas sirva para reformar a rede ferroviária nacional e outro para a reforma da justiça. Ideias que o antigo primeiro-ministro e líder do PSD lança na carta de principio do seu novo partido – o Aliança – publicada esta terça-feira no site entretanto lançado.

Nessa carta de principio, Santana apresenta o seu novo partido como assente em três eixos: personalismo, liberalismo e solidariedade. Define-se como europeu e europeísta, mas sem aceitar dogmas nem metas rígidas. “A União Europeia precisa de ser reformada e Portugal precisa de reforçar a sua atitude face á União”, escreve o antigo primeiro-ministro que lançou nesta segunda-feira a recolha de assinaturas para a criação do novo partido.

“Temos de exigir à União Europeia que apoie metas quantificadas de desenvolvimento e não metas castradoras desse progresso. Precisamos de verdadeiros programas de desenvolvimento global e não só de fundos estruturais sectoriais”, continua Santana, para quem a “modernização da rede ferroviária nacional” deve integrar um desses programas de desenvolvimento global a estabelecer com a União Europeia. Já a modernização da justiça, escreve mais à frente, “justifica por si só um dos referidos Pactos Financeiros de Metas para o Desenvolvimento com a UE”.

Ainda no campo dos transportes, o novo partido Aliança também defende a “conclusão do remate da rede rodoviária nacional”, na ligação de Beja a Portalegre (conclusão do IP2). E considera “muito importante” o aproveitamento de infraestruturas existentes, como a Base Aérea de Monte Real, para suprir as necessidades aeroportuárias do país. Para Santana, é “inaceitável o atraso injustificável” da resolução da capacidade do aeroporto de Lisboa.

Economia de baixo carbono e novos hospitais

O antigo primeiro-ministro escreve que é preciso diversificar as fontes de riqueza do país e expressa preocupação com as alterações climáticas, pelo que defende uma “economia de baixo carbono”, defendendo mesmo que o princípio da proteção ambiental não pode ser sacrificado às exigências de crescimento económico.

Apesar de colocar o liberalismo como um dos eixos do seu novo partido, Santana defende “um Estado forte que seja respeitado nas suas funções de soberania” e que tenha a saúde, a investigação e a coesão territorial como prioridades absolutas de intervenção.

Na saúde, defende o serviço nacional de saúde, mas também os seguros de saúde e acordos e convenções com privados e sublinha a necessidade de novos hospitais em Faro, Évora e Funchal. Também defende como fundamental transferir para parcerias com entidades da economia social os cuidados continuados e paliativos e o apoio domiciliário.

Na segurança social, faz profissão e fé no sistema público, mas entende que o envelhecimento da população obriga a que o esforço do Estado seja complemento pelo investimento particular em esquemas de previdência alternativos e individualizados.

Em matéria de educação, Santana defende que seja transferida para as autarquias a responsabilidade pela gestão e administração escolares. Pretende também o reforço das atividades extracurriculares, principalmente a música.

No que diz respeito ao sistema político, Santana regressa a uma das suas antigas ideias: a criação de um Senado, com representantes das várias regiões do país. Em paralelo, defende a redução do número de deputados em número superior ao dos lugares no Senado. Os deputado devem ser eleitos em círculos uninominais, com um circulo nacional de compensação.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+