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Emigrantes vão ter reembolso do regresso e pagar metade do IRS

25 ago, 2018 - 18:42 • Isabel Pacheco , Eunice Lourenço

António Costa, na Festa do PS, anunciou reforços nos orçamentos da cultura e da ciência e benefícios para os portugueses que queiram regressar.

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Os emigrantes que quiserem regressar a Portugal no próximo ano ou em 2020 vão ter direito ao reembolso dos custos de instalação e podem pagar apenas metade do IRS durante 3 a 5 anos. Foi o que anunciou o primeiro-ministro e líder do PS na Festa do partido em Caminha, que decorreu este sábado. No seu discurso António Costa também anunciou o maior orçamento de sempre na cultura e um aumento no orçamento da ciência que permita criar 5 mil empregos científicos.

Os benefícios para os emigrantes que pretendam regressar não vão ter em conta nem a idade nem as qualificações. “Iremos propor que todos aqueles que queira regressar, jovens ou menos jovens, mais qualificados ou menos qualificados, fiquem durante três a cinco anos a pagar metade da taxa de IRS e podendo reduzir integralmente os cursos da reinstalação”, anunciou o líder socialista, quase no fim de um discurso de cerca de meia hora em que desfiou o que considera serem os sucessos do seu governo.

Costa começou por dizer que o ano político que está a começar vai ser “muito exigente” porque tem três eleições – europeias, regionais da Madeira e legislativas – e em todas o PS quer vencer. Depois assinalou que passaram recentemente mil dias da formação do atual governo e desfiou alguns números do que foi feito: criados 320 mil novos postos de trabalho, três em cada quatro são postos definitivos; mais de 70 mil pessoas, que já tinham desistido de voltar a ter trabalho, voltaram a inscrever-se nos centros de emprego; investimento de 700 milhões de euros na saúde; poupança de 1.100 milhões de euros em serviço da dívida.

“Não podemos estragar o que já conseguimos. Não podemos pôr em causa a estabilidade política que esta solução tem permitido nem ter uma gestão orçamental que ponha em causa os nossos compromissos”, afirmou o primeiro-ministro, num dos seus avisos à esquerda que o apoia. E garantiu que, quando quer que seja que deixe o Governo, não deixará Portugal pior do que encontrou. “Deixarei melhor”, confia Costa.

“Ninguém pense que, para o ano, por ser ano eleitoral vamos sacrificar o rigor e a boa gestão orçamental para ganhar votos a qualquer custo”, garantiu o primeiro-ministro, passando a anunciar prioridades para o Orçamento do Estado do próximo ano: os benefícios para os portugueses que pretendam voltar, “o maior orçamento de sempre na cultura” e o maior aumento orçamental para a ciência.

“Só investindo na cultura, investimos no conhecimento”, defendeu o líder socialista. Contudo, na formulação do “maior orçamento” para a cultura, o primeiro-ministro incluiu o investimento em atividades culturais, mas também na divulgação da língua portuguesa e em áreas de educação.

No que diz respeito à ciência, Costa acrescentou que o objetivo é criar cinco mil lugares de emprego científico no sector público e no sector privado.

Recados à esquerda e à direita

O primeiro-ministro também anunciou como prioridade o desenvolvimento das regiões de fronteira. Foi por isso, disse, que o Governo levou a cabo “o maior investimento ferroviário dos últimos 100 anos” na linha que liga o porto de Sines a Badajoz. Com o Governo e o PS, que fretou um comboio que partiu de Pinhal Novo para esta festa em Caminha, envoltos em polémicas por causa dos problemas na CP, António Costa fez questão de salientar vários melhoramentos na rede ferroviária.

No discurso que marca a rentrée do PS, o líder socialista também deixou vários avisos à direita e à esquerda. Aos partidos do anterior governo, PSD e CDS, acusou de chorarem “lágrimas de crocodilo” pelos serviços públicos que eles próprios debilitaram nos anos da troika. À esquerda avisou que os compromissos europeus são para cumprir e que “não há nenhum governo progressista em Portugal sem o PS e sem que o PS tenha força nesse governo”.

Comentários
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  • Jorge
    27 ago, 2018 Seixal 16:29
    O pafioso do Passos Coelho exigiu que os jovens licenciados saíssem da sua "zona de conforto", incentivando-os a imigrar. Agora para regressarem e colaborarem no desenvolvimento do país, oferecem-lhes um desconto de 50% no IRS. Alguém tem duvidas de quem vai pagar o restante? Ao fim destes anos todos, ainda andamos a pagar a fatura da incompetência do governo anterior do PSD/CDS.
  • Alberto
    27 ago, 2018 Lagos 11:48
    Só pode ser a anedota do século!! Os emigrantes que regressassem a Portugal estariam isentos de IRS! Se eles viessem trabalhar para o Governo ainda acreditava... Ó Kostadinov, deixa de ser pantomineiro!!
  • a
    26 ago, 2018 portugal 14:49
    E quanto aos incêndios muitíssimo graves... o que tem a dizer?
  • a
    26 ago, 2018 portugal 14:41
    Que rico Anjo que Portugal tem!!! Foi um grande milagre na vida dos portugueses!
  • JULIO
    26 ago, 2018 vila verde 13:42
    Até os refugidos fogem da tugalia e querem agora os imigrantes de volta .Ninguem està diposto a trbalhar para aldrabões
  • Cidadao
    26 ago, 2018 Lisboa 12:05
    Voltem para cá. Voltem que vão encontrar tudo o que vos fez sair de cá: exploração, precariedade, salários irrisórios, a que se pode acrescentar uma bolha especulativa na Habitação - espero que gostem de viver em tendas ... - e Serviços Públicos semi-destruídos por falta de investimento e de pessoal. Se não se importam, ou se o canto de sereia do Sorridente é o suficiente para vocês, então estamos conversados. Se não, deixem-se ficar onde estão e mandem o Sorridente ir dar uma volta ao bilhar grande.
  • 26 ago, 2018 11:32
    Submeter e pagar os impostos !
  • VICTOR MARQUES
    26 ago, 2018 Matosinhos 09:08
    São promessas eleitorais! Claro que seremos todos nós que pagaremos a factura!!!...
  • Marco Almeida
    25 ago, 2018 Olhão 20:38
    Oh Costa, o problema não é o IRS, o problema é a miséria de salários que se pagam cá pelo burgo, está pior que no tempo da outra senhora

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