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Rui Rio entra em jogo a pedir que não se chame "rentrée" ao Pontal

01 set, 2018 - 12:39

A tradicional Festa do Pontal começou em 1976, com Sá Carneiro, num pinhal junto ao aeroporto de Faro. Desde então, já se realizou em vários locais e assume agora um novo formato.

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O líder do PSD, Rui Rio, entrou este sábado de manhã em campo, bem disposto, para participar numa partida de futebol no Algarve. Antes do apito inicial, insistiu em não rotular o Pontal como a "rentrée" do PSD.

"Se isto fosse uma 'rentrée', eu teria feito uma 'sortie' em agosto", gracejou em declarações aos jornalistas, acrescentando que as "rentrées" se adequam mais às revistas da vida social e não a um "convívio" como o que está previsto para hoje.

Envergando a camisola com o número 7 – o mesmo usado por Cristiano Ronaldo – Rui Rio tomou a posição de médio-ofensivo na equipa que reuniu os membros da direção nacional, num torneio de futebol de sete composto por mais três equipas.

Sublinhando não se tratar de uma operação de "team building", que é o que se usa nas empresas para promover o espírito de equipa, o líder dos sociais-democratas insistiu que esta edição do Pontal é apenas para promover o convívio.

"O Pontal nasceu desta forma genuína, há quem traga camionetas e até comboios [com pessoas], mas eu acho que não deve ser assim", sublinhou, lembrando o ano em que PS e PSD protagonizaram uma renhida disputa, em Faro, com os discursos de "rentrée" a decorrerem em simultâneo.

"Em 1995 tinha havido aquele espetáculo degradante do PSD contra o PS, a ver quem tinha trazido mais militantes, e eu estou um pouco a repetir aquilo que depois se fez em 1996", quando o Pontal começou de manhã, exatamente com um jogo de futebol.

Em 1995, o PS, na altura liderado por António Guterres, montou um palco na Pontinha, na baixa da cidade de Faro, a escassos metros do local onde estava montado o palco da Festa do Pontal, então dirigido por Fernando Nogueira.

A cerca de um ano das legislativas de 2019, Rui Rio disse ainda pretender "adiar o máximo possível" o espírito eleitoral, por considerar que isso "não é bom" para o país, mas admitiu que pode vir ser "arrastado" pelos seus opositores.


Pontal em novo formato

A Festa do Pontal começou com a presença do fundador do partido Francisco Sá Carneiro, em 29 de agosto de 1976, num pinhal na zona do Pontal, próxima do aeroporto de Faro e que deu nome ao encontro.

Ao longo dos anos, já se realizou em diversos locais no Algarve (nomeadamente no calçadão de Quarteira) e contou com líderes como Francisco Pinto Balsemão, Cavaco Silva, Fernando Nogueira, Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Filipe Menezes e Marques Mendes.

Foi com Pedro Passos Coelho que a Festa retomou a tradição de contar com a presença do presidente do partido, depois de a sua antecessora, Manuela Ferreira Leite, não ter estado nas duas edições que se realizaram no seu mandato.

Este sábado, a Festa do Pontal realiza-se na freguesia de Querença, no interior do concelho de Loulé, e assume novo formato, com um jogo de futebol entre dirigentes nacionais, locais e autarcas, e intervenções políticas breves, prevendo-se um discurso de Rio "adequado a uma festa-convívio com os militantes".

O objetivo é regressar ao espírito original, com a direção nacional a ‘dispensar’ os autocarros que habitualmente levavam militantes de todo o país ao Algarve a meio de agosto.

As intervenções políticas estão marcadas para as 16h30 na Fonte Filipe, estando previstos discursos do presidente da concelhia de Loulé, Rui Cristina, do presidente da JSD/Algarve, Carlos Martins, do deputado algarvio Cristóvão Norte, do presidente da distrital de Faro, David Santos, e no fim, de Rui Rio.

Fonte social-democrata disse à Lusa que a intervenção do presidente do partido não deverá ultrapassar os 30 minutos e será “apropriada a uma festa de convívio com militantes”, não sendo de esperar que Rio elenque na Festa do Pontal as prioridades do partido para o próximo ano político.

Apesar de esta ser a sua primeira intervenção política de fundo depois das férias de verão, a mesma fonte salienta que Rui Rio sempre rejeitou o conceito de ‘rentrée’, não querendo utilizar essa expressão nem para designar o discurso que fará hoje nem o de encerramento da Universidade de Verão do partido, a 9 de setembro em Castelo de Vide (Portalegre).

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