03 set, 2018 - 14:18 • Henrique Cunha
O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, insurge-se na Renascença contra a possibilidade de o Orçamento do Estado financiar a baixa do preço do passe social em Lisboa e no Porto.
"É um pouco gozar com o resto do país, alguém assumir que possa ser o Orçamento do Estado a financiar a politica de transportes da área metropolitana de Lisboa ou apenas para as duas áreas metropolitanas ", afirma Ricardo Rio, em declarações à Renascença.
O presidente da Câmara de Braga insurge-se contra a ideia defendida pelo autarca de Lisboa, Fernando Medina, que em entrevista ao “Expresso” revelou que pretende uma redução drástica do preço dos passes sociais na área metropolitana. Fernando Medina disse que vai propor ao Governo a criação de um passe mensal de 40 euros.
"Essa é claramente a demonstração de termos um país completamente enviesado. Há muitos anos que autarcas de todo o país reivindicam uma política de apoio no sentido de se reforçar a acessibilidade dos cidadãos aos transportes públicos”, refere Ricardo Rio.
Nestas declarações à Renascença, o autarca social-democrata de Braga mostra-se chocado com a proposta de Fernando Medina.
“Choca-me bastante que alguém possa admitir que o Orçamento de Estado - que é financiado por todos nós - vai transferir mais 65 milhões de euros para reduzir o custo dos transportes na área metropolitana, quando o Estado, neste momento transfere zero para todo o resto do país em termos de financiamento dos serviços públicos dos transportes.”
Ricardo Rio recorda que a “proposta positiva” de alargar o Passe Social + a camadas mais necessidades da população “ainda está na gaveta do ministério das finanças porque ainda não teve meios financeiros para financiar essa mesma politica”.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa defende uma redução no preço dos transportes públicos da Área Metropolitana de Lisboa (AML), limitando o passe social a 40 euros por mês, disse numa entrevista ao “Expresso”.
A proposta para um novo sistema de passes, que, segundo Fernando Medina, já foi entregue ao Governo, para ser incluída no próximo Orçamento de Estado, tem um custo estimado de 65 milhões de euros por ano.
O custo máximo do passe proposto por Fernando Medina é o de 30 euros por mês dentro da cidade e de 40 euros para circular nos 18 municípios da AML.