13 set, 2018 - 06:38 • Paula Caeiro Varela com Redação
Foi uma noite tensa no PSD. Na reunião do Conselho Nacional do Partido, na noite de quarta-feira, vários críticos da atual liderança fizeram ouvir as suas discordâncias.
Os conselheiros nacionais aproveitaram um período aberto para intervenções, que não estava inicialmente previsto, para manifestar o seu descontentamento. Nada que assuste Rui Rio, que, logo à entrada para a reunião, ironizou: "estou cheiinho de medo".
Lá dentro, as críticas fizeram-se mesmo ouvir, e mereceram aplausos, segundo o relato de vários conselheiros nacionais. Houve intervenções duras, com destaque para a de Hugo Soares, ex-líder parlamentar, a dizer que não recebe lições de militância de ninguém e a confrontar o líder do partido com as suas posições sobre a chamada "taxa Robles", que colocam o PS como moderado, ou sobre a posição do partido em relação à recondução da Procuradora-Geral da República.
Entre os que nunca faltam à chamada no PSD, uma militante de décadas, Virginia Estorninho, lembrou a Rio que 46% dos militantes discordaram dele quando foi eleito. Hoje, diz, seriam mais.
Segundo os mesmos relatos, Rui Rio desvalorizou lá dentro essas e outras críticas. Cá fora, o presidente da mesa do Congresso, também. Paulo Mota Pinto manifestou a convicção de que o partido não saiu mais dividido desta reunião. "Houve intervenções mais críticas, outras que foram de alerta, outras de defesa. Há sempre posições diversas num partido que é plural", disse à saída.
O PSD quer penalizar a especulação imobiliária com subida do IRS, para as compras e vendas de imóveis em curtos espaços de tempo. A proposta será apresentada em sede de Orçamento do Estado, segundo garantia deixada por Rui Rio no Conselho Nacional do partido, nas Caldas da Rainha.
O líder social-democrata defende que não se trata de uma nova taxa, mas sim de diferenciar a taxa de IRS para quem especula.
Segundo esta ideia do presidente do PSD, "quem vende uma casa ao fim de dez anos teria uma taxa, quem vende ao fim de 20 ou 30 anos se calhar não pagaria nada, e quem anda a comprar e vender pagaria bastante porque anda a inflacionar o preço do mercado".