26 set, 2018 - 15:57
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta quarta-feira a libertação de todos os comerciantes portugueses que foram detidos na Venezuela.
"Infelizmente, a Venezuela suscita-nos motivos de preocupação. Há, contudo, uma boa notícia que temos hoje, que é a libertação de todos os portugueses que tinham sido recentemente encarcerados no âmbito das ações policiais na Venezuela", afirmou o chefe do Governo durante o debate quinzenal desta quarta-feira, no Parlamento.
Esta libertação foi possível graças "ao contato direto e permanente com o embaixador em Lisboa, com o vice-ministro e com o ministro das Relações Externas", destacou.
António Costa deu conta do empenho do Governo português para tentar resolver os problemas da comunidade portuguesa naquele país da América Latina, a braços com uma grave crise económica e social.
O secretário de Estado das Comunidades visitou a Venezuela por quatro vezes, nos últimos dois anos, e a 6 de outubro fará uma quinta visita, disse o primeiro-ministro.
"Temos uma ação de reforço do pessoal consular e iniciámos um roteiro que permite a visita por funcionários consulares e da Segurança Social a todos os 23 estados da Venezuela, para avaliar a situação dos nossos portugueses", explicou.
O primeiro-ministro disse que Governo tem sido "particularmente solidário com a Região Autónoma da Madeira", que nos últimos anos recebeu milhares de portugueses que fugiram da Venezuela.
"O Orçamento do Estado prevê uma linha de 4,2 milhões de euros para apoio a famílias carenciadas que, segundo os dados que temos, já permitiu mobilizar 2,2 milhões de euros, até julho. Ou seja, estão ainda disponíveis dois milhões. Infelizmente, até agora, dos 2 milhões de euros mobilizados pela Madeira, só 195 mil euros se destinaram a famílias oriundas da Venezuela", explicou António Costa.
Os 34 gerentes das duas redes de supermercados de portuguesa ficarão a aguardar o desenrolar do caso em liberdade, sujeitos a apresentações periódicas, disseram à agência Lusa fontes das empresas.
São acusados pelas autoridades venezuelanas de boicote económica, com açambarcamento de produtos e incumprimento dos preços máximos de venda ao público de produtos básicos.
Os gerentes, que estão acusados também de não terem à venda nas prateleiras bens essenciais, como carne, frango, arroz ou massa, ficam agora sujeitos a apresentações periódicas junto das autoridades, de acordo com a mesma fonte.
[notícia atualizada às 17h43]