26 set, 2018 - 13:32
O PCP vai viabilizar a proposta do CDS-PP para uma comissão de inquérito ao caso de Tancos, mas considera que é uma iniciativa precipitada e com "agenda política".
"A iniciativa parece-nos precipitada e claramente forçada por uma agenda política do CDS-PP, que fica muito aquém daquilo que seriam as expectativas uma vez que a informação relevante não está acessível", afirmou o deputado Jorge Machado aos jornalistas, no Parlamento.
O PCP "não colocará obstáculo" à iniciativa do CDS-PP, declarou, sugerindo que "seria mais prudente" aguardar pelo fim da investigação criminal para que os grupos parlamentares pudessem ter acesso a dados que hoje estão em segredo de justiça.
Considerando que "a justiça está a funcionar" e que "isso é positivo", Jorge Machado sustentou que uma comissão de inquérito deve apurar não só as responsabilidades políticas do atual Governo e do ministro da Defesa Nacional e das "altas estruturas do Exército", mas também as responsabilidades de "sucessivos Governos do PS, PSD e CDS".
"Parece-nos que o Ministério da Defesa Nacional tem tido um comportamento muito aquém do desejável", considerou, reiterando recear que a responsabilidade "vá morrer na praça ou no sargento que estava de vigia naquele dia e não nos responsáveis da alta estrutura militar que permitiram que a estrutura de Tancos chegasse ao ponto que chegou".
O PS já disse que não se opõe à criação da comissão parlamentar de inquérito e o deputado social-democrata Marco António Costa, presidente da comissão de Defesa, disse à RenascençaRenascença que “a comissão pode sempre aprofundar, no plano institucional e político, um conjunto de informações e estruturar soluções para o futuro”.