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João Vieira Pereira: "Siza Vieira pode ter alguns problemas de incompatibilidades"

14 out, 2018 - 15:30

O diretor-adjunto do Expresso diz que não é coincidência nenhuma a mudança do secretariado de Estado da Energia para o Ministério do Ambiente, devido aos negócios antigos do agora ministro. Mas a surpresa maior é na Saúde.

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A manhã de domingo trouxe uma remodelação governamental: além de anunciar o novo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, que substitui o demissionário Azeredo Lopes, António Costa nomeou também Marta Temido para a Saúde, Graça Fonseca para a Cultura e Pedro Siza Vieira para a Economia, além de manter o cargo de ministro-adjunto.

Para João Vieira Pereira, diretor-adjunto do semanário Expresso, a nomeação de Pedro Siza Vieira é particularmente curiosa, especialmente porque coincide com a mudança do secretariado de Estado da Energia, que estava no Ministério da Economia, para o Ministério do Ambiente.

"Esta coisa inesperada de passar a Energia para o Ministério do Ambiente só acontece porque Siza Vieira não pode ficar com assuntos de energia, porque enquanto era advogado trabalhava com muitas empresas de energia", esclarece Vieira Pereira. O diretor-adjunto do Expresso diz ainda que Siza Vieira era, para muitos, o nome que devia ter sido escolhido "há muito tempo". O agora ministro da Economia junta a tutela com a de ministro-adjunto. Antes, já era ministro-adjunto com poderes de coordenação para a área da Economia.

Este poder de Siza Vieira, já como ministro-adjunto, poderá também ter acelerado a saída de Cabrita Cabral. "Era um peixe fora de água num Governo onde tinha cada vez menos poder, onde lhe era retirado poder e agora, finalmente, aquele que se dizia que há muito tempo devia ser o ministro da Economia assume de vez a pasta", diz.

A mexida de quatro Ministérios deste peso apanhou de surpresa a política nacional, especialmente em cima das negociações do Orçamento do Estado. A pasta da Saúde é a mais "inesperada", segundo João Vieira Pereira, que elogia o trabalho do anterior ministro, Adalberto Fernandes. "Foi um ministro que tomou importantes decisões em áreas tão fundamentais como, por exemplo, a liberdade de escolha do utente em matérias de cuidados de saúde, na maneira como o Infarmed funciona, permitiu uma aprovação de um número extraordinário de medicamentos inovadores. E, portanto, conseguiu, de alguma forma, em áreas cirúrgicas do funcionamento do Ministério da Saúde, tomar boas decisões", afirma.

As polémicas em torno da mudança gorada do Infarmed para o Porto e dos recursos na saúde são desvalorizadas, dado que, para Vieira Pereira, "nenhum dos problemas foi criado por ele e ele não teve capacidade de os resolver, porque todos os problemas criados na saúde nestes últimos três anos tiveram uma única origem, que foi o Ministério das Finanças".

"A falta de capacidade do Ministério das Finanças de libertar recursos, de resolver o problema dos médicos, de resolver principalmente o problema dos enfermeiros, levou a uma imagem de um ministro tão incapaz de resolver os problemas por falta de recursos, virando-se contra ele essa decisão quando ele não tem culpa alguma. Essa culpa tem de ser totalmente assumida por Mário Centeno", atira o diretor-adjunto do Expresso.

A pasta da Saúde será assumida por Maria Temido, que exercia os cargos de subdiretora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e de presidente não executiva do conselho de administração do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa.

Nos outros dois ministérios, Graça Fonseca foi nomeada para a pasta da Cultura, onde João Vieira Pereira diz não haver "grande novidade".

E na Defesa, a escolha de Gomes Cravinho para ocupar a vaga deixada por Azeredo Lopes é, segundo Vieira Pereira, "a escolha de um nome completamente da velha guarda socialista e de um nome que será consensual naquela pasta".

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  • João Lopes
    14 out, 2018 Viseu 20:35
    Mudam ministros mas os problemas vão continuar...os comboios são poucos e as linhas estão velhas. As escolas e os hospitais não funcionam e há greves frequentes. Não se pagam medicamentos e faltam carros na função pública. No mundo dos militares, da Polícia e GNR. os problemas amontoam-se, mas não se resolvem. E a dívida pública, esconde-se…

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