06 nov, 2018 - 13:01
Já há data marcada para a comissão parlamentar de inquérito ao furto de armas em Tancos tomar posse. Vai ser no dia 14 de novembro, quarta-feira, informa a conferência de líderes nesta terça-feira.
Os partidos têm de indicar, até ao final da semana, os deputados que vão integrar esta comissão - uma iniciativa do CDS-PP, aprovada com votos favoráveis dos proponentes, do PSD, do PS, do BE e do PAN e que teve a abstenção do PCP e do PEV.
O PSD já entregou a lista, com destaque para a ex-líder do PSD/Açores Berta Cabral, que será a coordenadora, e o ex-secretário-geral do partido José Matos Rosa entre os efetivos.
A comissão vai ser presidida pelo deputado do Partido Socialista Filipe Neto Brandão.
O CDS, partido que teve a iniciativa da comissão de inquérito a Tancos, também já divulgou quem são os deputados escolhidos para integrar esta comissão: António Carlos Monteiro, Álvaro Castelo Branco e Telmo Correia, que será o coordenador dos centristas.
Segundo o regime jurídico das comissões de inquérito, "compete ao presidente da Assembleia da República, ouvida a conferência dos representantes dos grupos parlamentares, fixar o número de membros da comissão", que podem ter, no máximo, 17 deputados.
Fixado o número, "com respeito pelo princípio da representatividade", o presidente da Assembleia dá, geralmente, um prazo de dias para as bancadas indicarem os seus deputados, após o que Ferro Rodrigues preside à primeira reunião, dando posse à comissão de inquérito.
A lei fixa em 180 dias o prazo para a conclusão de um inquérito parlamentar, podendo, porém, ser decidido o prolongamento do mandato por mais 90 dias.
Durante o período de debate do Orçamento do Estado, agora em curso, até final de novembro, é suspenso o trabalho das comissões parlamentares, à exceção das comissões eventuais e de inquérito, segundo uma resolução aprovada em outubro.
O furto do armamento dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017, e, quatro meses depois, foi recuperada parte das armas.
Em setembro, a investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada Operação Húbris, levou à detenção para interrogatório de militares da Polícia Judiciária Militar e da GNR.
Na mesma altura, foi noticiada uma operação de encenação e encobrimento na operação, alegadamente organizada por elementos da Polícia Judiciária Militar, que dela terão dado conhecimento ao chefe de gabinete do ministro da Defesa, Azeredo Lopes.
Entretanto, Azeredo Lopes demitiu-se e foi substituído por João Gomes Cravinho.