30 nov, 2018 - 00:19
Veja também:
É imoral a Câmara de Lisboa manter casas vazias, quando há mães que não têm teto para os filhos, acusa a líder do CDS. Assunção Cristas reage à reportagem da Renascença sobre mães solteiras, com filhos menores, que ocupam ilegalmente casas vazias da autarquia porque não têm alternativa.
Muitas mães acabam despejadas e acusam as autoridades de violência e humilhação, um cenário que a vereadora do CDS diz conhecer das visitas que tem feito aos bairros sociais da cidade.
À Renascença, Assunção Cristas diz que a situação é chocante e acusa a autarquia de passividade.
“Não é admissível esta atitude de passividade e de verdadeira imoralidade que é ter casas fechadas sem serem atribuídas. Não é possível, não é aceitável que isto aconteça. Só falta de verdadeira vontade política é que leva a isso mesmo, porque é possível encontrar mecanismos para fazer, rapidamente, obras nas casas para as atribuir com rapidez, para ter uma lista completa sempre a funcionar: fica uma casa livre, entrega-se de imediato.”
A vereadora centrista da Câmara de Lisboa e líder do CDS revela que o partido tem apresentado várias propostas para evitar que as casas de habitação social permaneçam vazias durante longos períodos de tempo.
O CDS defende a existência de “um intervalo muito curto entre uma casa ficar vaga e ser atribuída” e a realização de um “levantamento de todas as casas para que sejam rapidamente arranjadas e entregues às pessoas que delas precisam”.
Assunção Cristas lamenta falta de respostas do executivo camarário da capital e recorda que, em relação às pessoas que ocupam casas ilegalmente, o partido apresentou “uma moção que, infelizmente foi chumbada, precisamente para que as pessoas não sejam despejadas sem terem o devido acompanhamento”.
“Já apresentámos, estamos à espera que seja agendado, uma proposta de regulamento completo de atribuição de habitação municipal. Infelizmente, não temos tido grande acolhimento”, lamenta a líder do CDS.
A Câmara de Lisboa responde ao caso na reportagem da Renascença "Mães Ocupas", através de um comunicado da vereadora da Habitação. A autarquia declara as ocupações "ilícitas", mas garante que apoia estas famílias, “dirigindo-as para programas adequados ou, quando necessário, para respostas de emergência social”.
Questionado pela Renascença, o autarca Fernando Medina não se quis pronunciar sobre a situação destas mães.
Já o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social lembrou que há um grande número de pessoas, sobretudo mães, a viver em situações "muito, muito complicadas", revelando uma "feminização da pobreza". D. José Traquina revelou que há "milhares" de pedidos de ajuda relacionados com habitação e instou que estas situações sejam "levadas a sério pelas instituições próprias".