27 dez, 2018 - 14:55 • Agência Lusa
Os dois sindicatos dos enfermeiros que convocaram a greve em blocos operatórios vão ter uma reunião negocial com o Ministério da Saúde na próxima semana, mas, entretanto, já há três pré-avisos de greve lançados.
Os presidentes da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) adiantaram à agência Lusa esta sexta-feira que haverá uma reunião negocial no dia 3 de janeiro à tarde.
Carlos Ramalho, presidente do Sindepor, salienta que a organização “pretende dialogar e negociar”, esperando que o mesmo se passe do lado do Governo.
O Sindepor tem já emitido um pré-aviso para uma greve geral de enfermeiros, em todos os serviços e em todas as instituições públicas, de 8 a 11 de janeiro. Mesmo assim, Carlos Ramalho frisa que o objetivo "é negociar, dialogar e chegar a um entendimento".
Pelo lado da ASPE, há dois pré-avisos de greve emitidos, um de 7 a 20 de janeiro e outro de 14 a 28 de janeiro.
No caso da ASPE, segundo explicou à agência Lusa a presidente Lúcia Leite, a ideia é replicar o modelo de greve em blocos operatórios como a que está a decorre até ao final de ano e que já dura mais de um mês.
Nesta segunda fase de greve, a paralisação poderá afetar blocos cirúrgicos de sete centros hospitalares: os dois centros do Porto, Braga, Vila Nova de Gaia/Espinho, Entre Douro e Vouga, Tondela/Viseu e Garcia de Orta.
Os enfermeiros reivindicam uma carreira que contempla a categoria de enfermeiro especialista, além de exigirem uma redução na idade da reforma.
A atual greve em blocos operatórios, que decorre desde dia 22 de novembro, teve origem num movimento de enfermeiros que lançou uma recolha de dinheiro para ajudar a financiar os colegas durante a paralisação.
Para a greve atual foram angariados mais de 360 mil euros. Atualmente decorre outra recolha de fundos através de uma plataforma na Internet que pretende angariar mais de 400 mil euros até ao dia 14 de janeiro e que até hoje ao início da tarde tinha recolhido 98 mil euros.
Na semana passada, a ministra da Saúde disse que tem equacionadas "todas as fórmulas" para garantir que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não fica refém de reivindicações profissionais.