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Votem! E debatam, mas sem abrir feridas - Marcelo apela à participação em ano eleitoral

01 jan, 2019 - 21:08 • Eunice Lourenço

Na mensagem de Ano Novo, o Presidente da República diz que Portugal “precisa de olhar para mais longe e mais fundo” e deixa avisos a eleitores e eleitos

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Marcelo apela à participação em ano eleitoral
Marcelo apela à participação em ano eleitoral

Um forte apelo à participação e uma defesa intransigente da democracia marcam a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, divulgada, como é tradição, na noite do primeiro dia do ano.

“Votem, não se demitam de um direito que é vosso dando mais poder a outros do que aquele que devem ter. (…) Debatam tudo, com liberdade, mas não criem feridas desnecessárias e complicadas de sarar”, apela o Presidente da República, depois de lembrar que este é um ano eleitoral que até já “começou em 2018”.

O ano de 2019 vai ter três eleições: as europeias a 26 de maio, as regionais da Madeira a 22 de Setembro e as legislativas nacionais a 6 de Outubro. Por isso, o Presidente faz pedidos que, como diz, são “simples, mas exigentes”. Para além do apelo ao voto e ao debate, deixa avisos a eleitores e a eleitos.

Primeiro, aos eleitores: “Chamem a atenção dos que querem ver eleitos para os vossos direitos e as vossas escolhas políticas, pela opinião, pela manifestação, pela greve, mas respeitem sempre os outros, os que de vós discordam e os que podem sofrer as consequências dos vossos meios de luta.”

Depois aos que querem ser eleitos: “Se quiserem ser candidatos analisem, com cuidado, o vosso percurso passado e assumam o compromisso de não desiludir os vossos eleitores. Pensem como demorou tempo e foi custoso pôr de pé uma democracia e como é fácil destrui-la com arrogâncias intoleráveis, promessas impossíveis, apelos sem realismo, radicalismos temerários, riscos indesejáveis.”

Nesta mensagem, gravada no Palácio de Belém, antes de partir para o Brasil, onde assistiu à posse do novo Presidente, Jair Bolsonaro, Marcelo Rebelo de Sousa volta, assim, a exprimir a sua preocupação com os populismos e com a defesa da democracia que tem estado presente nos seus principais discursos.

Com as bandeiras de Portugal e da União Europeia atrás de si, o Presidente português diz que “com o mundo e a Europa como se encontram, bom senso é fundamental”. E o bom senso, continua, não é incompatível com ambição. E essa ambição, “num Portugal, que saiu da crise, reganhou esperança”, deve ser, como diz logo no princípio da mensagem, “olhar para mais longe e mais fundo”.

É, concretiza mais adiante, ter a ambição de reforçar a vocação para unir povos, culturas e civilizações, é “ter a ambição de assegurar que a economia não só se prepare para enfrentar qualquer crise que nos chegue”, mas se aproxime das “mais dinâmicas da Europa, prosseguindo um caminho de convergência agora retomado”.

“Podemos e devemos ter a ambição de ultrapassar a condenação de um de cada cinco portugueses à pobreza e a fatalidade de termos Portugais a ritmos diferentes, com horizontes muito desiguais”, prossegue o Presidente, para quem também é importante cumprir ter a ambição de “dar mais credibilidade transparência, verdade às instituições políticas”

Ambições que Marcelo quer ver sempre norteadas por princípios e valores que, diz, têm de ser a resposta para estes tempos “que continuam difíceis”. Difíceis, “num mundo em que falta em direito, paz, diálogo, justiça, certeza o que sobra em razão da força, conflito, desigualdades, incerteza”. Difíceis, “numa Europa que fica mais pobre com a partida do Reino Unido, desacelera na economia, vê crescerem promessas sem democracia e sem pleno respeito da dignidade das pessoas”. E também ainda difíceis “num Portugal, que saiu da crise, reganhou esperança, mas que precisa de olhar para mais longe e mais fundo”.

Para estes tempos, a resposta só pode ser dada com valores que o Presidente enumera. Começa pela “dignidade da pessoa, de todas as pessoas, a começar nas mais frágeis, excluídas, ignoradas”. Depois “liberdade, diferença, pluralismo, Estado de Direito” porque “não há ditadura, mesmo a mais sedutora, que substitua a democracia, mesmo a mais imperfeita”. Mas também “justiça social, combate à pobreza, correção das desigualdades” porque “não há democracia que dure onde alguns poucos concentrem tanto quanto todos os demais”.

Comentários
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  • Vera
    04 jan, 2019 Palmela 20:24
    Eu gosto do Sr. Presidente Rebelo de Sousa e confio nele!
  • Idalina
    02 jan, 2019 Amadora 14:09
    Ao ouvir o Sr. presidente, vem uma grande tristeza, pois tê-lo como presidente da república é um carma mesmo, mesmo muito mau que Portugal tem, que o povo português ACORDE do hipnotismo que lhe está a fazer!!!!
  • Cidadao
    02 jan, 2019 Lisboa 09:23
    Não há em quem votar, Sr. Presidente. As caras são sempre as mesmas e quem vai a votos, já nós conhecemos de outros Carnavais. E de chorrilhos de mentiras! E de um extenso rol de promessas não cumpridas! E não gostamos deles! Os Partidos fecham-se nas suas conchas, elaboram eles as suas listinhas de deputados e a nós pedem-nos o mesmo cheque em branco de todas as Eleições, para depois um bando de oportunistas, de corruptos, de candidatos às portas giratórias entre a política e a alta finança, virem dizer que foram sufragados pelo Povo em Eleições, o que é mentira. Votámos foi num Partido porque não há outra coisa, mas alguns espécimes que se pavoneiam na AR... queríamos era vê-los na cadeia. É difícil o Sr. Presidente vir apelar ao voto, quando as regras do jogo estão viciadas logo à partida. E todos o sabem, incluindo os políticos. E o Sr. Presidente.
  • Lima
    01 jan, 2019 Lisboa 22:18
    Ó Sr Presidente, não estamos no carnaval. Eu sei que como está este país, mais vale rir do que chorar. No entanto não é preciso fazer concorrência ao Fernando Rocha! Queres tu dizer em quem devemos votar??? Menos, Sr Presidente!
  • Filipe
    01 jan, 2019 évora 21:40
    Só já vota em Portugal a família política e todos aqueles que desde 1986 tem lucrado com apoios a fundo perdido quer da CEE e agora da UE . São milhares mas os mesmos que são anualmente contemplados com prémios superiores ao totoloto . São estes que adoram a Europa . O Português normal e dependente do trabalho já não vota , os jovens muito menos , desempregados e gente que tem de recorrer aos restos dos outros ainda menos ... se forem ver nas listas , são sempre os mesmos que votam . Só 25 mil milhões de euros entre 2014-2020 o FEDER brinda milhares de Portugueses com alegados apoios que 99 % são projetos inflacionados que na realidade não é de longe o valor real despendido , porque ainda sobra para o Mercedes da filha e o SUV do filho , em muitos mais casos para salvar empresas paralelas da falência ... etc. Fiscalização ? Não existe !

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