11 jan, 2019 - 16:11 • Redação, com Lusa
O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro anunciou, esta sexta-feira, que está disponível para ser “de imediato” candidato à liderança do partido, desafiando Rui Rio a marcar eleições diretas já e a apresentar a sua própria candidatura.
“Se tem mesmo Portugal à frente de tudo, mostre coragem e não hesite em marcar estas eleições internas, não tenha medo do confronto, não se justifique atrás de questões formais, o tempo é de confronto político”, afirmou, num desafio direito ao líder do PSD, numa declaração sem direito a perguntas no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
“Estou aqui para dizer ao país que precisamos de um Governo novo e de um novo primeiro-ministro, estou aqui para ser o adversário que o dr. António Costa não teve ao longo do último ano”, afirmou.
Para o antigo líder parlamentar, o confronto com Rio “não é um combate pessoal, mas um confronto entre duas estratégias”.
“De um lado, Rui Rio com a ideia de um partido pequeno, perdedor, satélite de António Costa, sem agenda reformista, do outro, a estratégia que defendo, assente na ideia de um PSD grande, ganhador, com vocação maioritária, autónomo do PS, independente e crítico do primeiro-ministro António Costa”, definiu.
A dois dias de Rio completar um ano de mandato, Montenegro fez um balanço muito crítico, considerando que o estado a que o PSD “é mau, é preocupante e é irreversível com esta liderança”.
“O Dr. Rui Rio prometeu fazer do PSD uma alternativa de oposição firme ao Governo e falhou”, afirmou, considerando que os portugueses têm assistindo no último ano “a um desfile de António Costa” e apenas vêem “um PSD frouxo na oposição”.
“Não há uma crítica do dr. Rui Rio ao dr. António Costa, tal como preveni no Congresso, esta estratégia colocou o PSD como muleta do PS e Rui Rio como bengala de António Costa”, argumentou.
Para o antigo líder parlamentar do PSD, Rio falhou também no desafio de unir o partido.
“Além de falhar, foi instigador do confronto interno, hostilizando quadros e estruturas do PSD numa lógica maniqueísta e de divisão entre bons e maus, o que é inadmissível”, criticou.