17 jan, 2019 - 00:00 • Eunice Lourenço (Renascença) e Helena Pereira (Público)
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Pedro Duarte, ex-deputado e ex-líder da JSD, responde ao socialista Carlos César e elogia atitude de Marcelo Rebelo de Sousa em auscultar o clima interno do PSD, em entrevista ao programa Hora da Verdade da Renascença e do “Público”.
Carlos César dizia esta semana que há muita gente no PSD à espera que Passos Coelho volte e queira ser candidato. Sente isso no PSD?
Não. Pedro Passos Coelho é jovem, tem imensas capacidades e tem direito a ambicionar ser o quer que seja na vida política. Diferente é o que tenta insinuar Carlos César: o regresso do programa político de Passos Coelho.
É muito importante que o PSD vire essa página, que assuma que tem muito orgulho naquilo que foi feito naqueles anos porque era aquilo que tinha que ser feito devido à irresponsabilidade do Governo socialista, mas os tempos são outros. Aquele programa não é aplicável hoje em dia. Não defendo uma antítese, que se passe para a irresponsabilidade orçamental. Temos que encontrar novas soluções.
Como avalia o comportamento do Presidente da República neste processo interno do PSD? Encontrou-se com Rui Rio num hotel do Porto e recebeu Luís Montenegro no Palácio de Belém. O que é que isto revela?
É um Presidente que gosta de estar informado sobre o que se passa no cenário político português. Gosta de auscultar, não para intervir, mas para ter a informação do seu lado. O Professor Marcelo Rebelo de Sousa é, desse ponto de vista, diferente e tem mostrado em muitas circunstâncias que tem o seu estilo próprio.
É alguém que acompanha a vida interna dos partidos porque sabe que isso pode ter impacto na vida nacional. Qualquer instabilidade no maior partido político com assento no Parlamento é motivo também de preocupação para o Presidente da República.
Não lhe parece que o Presidente quer modular o espaço de centro-direita? No passado, recebeu Pedro Santana Lopes quando este estava a pensar se criaria ou não um novo partido.
O Presidente da República tem sido claro e transparente quando diz que é preciso haver uma oposição forte e um Governo forte.
Dentro destes parâmetros, é natural que queira ter um papel mais ativo do que se calhar era habitual nos Presidentes da República. Vejo isto de uma forma muito positiva.