29 jan, 2019 - 21:03 • Susana Madureira Martins , com redação
Veja também:
O CDS vai propor uma nova comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD).
A notícia foi conhecida pouco depois de o Ministério Público autorizar que a auditoria feita pela Ernst and Young (EY) à gestão do banco público seja disponibilizada aos deputados.
Em declarações à Renascença, o vice-presidente do grupo parlamentar do CDS, João Almeida, diz estarem reunidas as condições para ser constituídas uma nova comissão parlamentar de inquérito (CPI).
“Conhecida a posição da Procuradoria-Geral da República, que vem no sentido daquilo que o CDS sempre defendeu, que o Parlamento devia ter acesso a esta informação, entendemos que a comissão parlamentar de inquérito é o instrumento certo para tratar esta informação”, afirma João Almeida.
O deputado do CDS considera que a CPI vai permitir “concluir um trabalho que já podia estar feito há dois anos e só não o foi porque PS, Bloco de Esquerda e PCP fecharam a anterior comissão de inquérito no momento em que esta informação vinda da Caixa Geral de Depósitos podia chegar ao Parlamento”.
A Caixa Geral de Depósitos também já fez saber que vai enviar ao Parlamento a auditoria feita pela EY, após a consultora "expurgar as questões de sigilo bancário".
"A CGD vai pedir à EY que expurgue questões de sigilo bancário, após o que enviará a auditoria para o parlamento", afirmou a mesma fonte, acrescentando que o banco "solicitou ao Banco de Portugal e à PGR [Procuradoria-Geral da República] a autorização para enviar a auditoria à Assembleia da República".
Uma versão da auditoria da EY à CGD relativa ao período 2000-2015, com data de dezembro de 2017, refere que os administradores do banco público receberam "remuneração variável" e "voto de confiança", mesmo com resultados negativos.
A auditoria aponta "importantes insuficiências" organizacionais que poderão ter contribuído para decisões pouco fundamentadas na concessão de crédito.
Foram detetadas sete operações de concessão de crédito com risco grave ou elevado e perdas, só nestas, de mais de 1.000 milhões de euros, entre as quais as operações de financiamento da fábrica da La Seda de Barcelona, em Sines.