29 jan, 2019 - 07:22 • Redação
O pingue-pongue entre a esquerda e a direita no rescaldo da intervenção da polícia no Bairro da Jamaica. Desta vez, foi Nuno Melo, cabeça de lista do CDS às europeias, que criticou a esquerda, sobretudo o Bloco, por causa das palavras do assessor do partido, Mamadou Ba, que num post de uma rede social escreveu “bosta da bófia”.
Melo disse ficar ofendido com a expressão, “Não é por ser senegalês, nem de qualquer etnia”, afirmou o deputado, citado pelo "Público".
“Chamar bosta da bófia é inominável e inqualificável”, afirmou, referindo-se a Mamadou Ba, assessor do BE e líder da associação SOS Racismo.
O discurso do centrista encerrou o jantar do primeiro dia de jornadas parlamentares dos centristas, em Braga, perante cerca de 200 pessoas. Melo frisou ainda que que nunca viu “uma palavra de condenação” pela esquerda quando um polícia é atacado.
O vice-presidente do CDS recordou que o Mamadou Ba é “um cidadão senegalês” que está em Portugal com “o acolhimento que lhe é devido”.
“Só exigimos uma coisa: que respeitem as nossas leis”, afirmou.
Depois relembrou a invocação de António Costa no Parlamento. O primeiro-ministro falou da cor da sua pele no debate quinzenal da semana passada.
“Era como se Assunção respondesse [a António Costa]: está a responder-me assim por eu ser mulher?”, disse.
Telmo Correia, deputado eleito por Braga, defendeu sobre o mesmo assunto que a resposta do primeiro-ministro representou o “grau mais baixo” e que “bateu no fundo”.
“Vindo de quem é, eu conheço há muitos anos, é um privilegiado, o primeiro-ministro não é vítima, vítima são os portugueses”, afirmou.
Risco de bancarrota
Noutra matéria, Melo alertou o risco do Governo do PS levar de novo o país à bancarrota e acusou PCP e BE de quererem uma nova revolução.
"A nossa dívida é a nossa tragédia", afirmou o candidato às europeias.
O vice-presidente do CDS disse estar farto de pagar "as bancarrotas do PS", dando o exemplo "dessa luminária chamada José Sócrates", ex-primeiro-ministro socialista, e sublinhou que, com o atual executivo, de António Costa, a dívida pública continua a subir.
Nuno Melo fez também um duro ataque aos dois parceiros de esquerda do PS na maioria parlamentar que suporta Costa, afirmando que PCP e BE estão "ao lado da ditadura" de Nicolas Maduro na Venezuela.
De paralelismo em paralelismo, afirmou que, se pudessem, os dois partidos, por terem um pensamento totalitário", defenderiam o mesmo em Portugal.
Aceitar o voto de comunistas e bloquistas é aceitar "realizar em 2019 o PREC que não conseguiram em 1974", disse.