31 jan, 2019 - 01:46 • Susana Madureira Martins , com redação
O Bloco de Esquerda (BE) atira para a próxima legislatura a apresentação de uma nova iniciativa para a despenalização da eutanásia.
Os bloquistas têm vindo a anunciar que não desistem do processo, mas o calendário que traçam agora é que um novo projecto sobre esta matéria ficará para depois das eleições.
A posição foi assumida esta quarta-feira, no Parlamento, durante o debate sobre a petição "Toda a Vida tem Dignidade", da Federação Portuguesa pela Vida, um texto que rejeita a eutanásia, em qualquer circunstância.
O Bloco de Esquerda não desiste, mas só depois das eleições legislativas é que o deputado José Manuel Pureza admite apresentar de novo um projecto de legalização da eutanásia.
“É em nome da tolerância que assumiremos essa proposta no quadro do próximo processo eleitoral para a Assembleia da República. Não nos demitiremos dessa responsabilidade, porque isso foi aquilo que nos exigiram pessoas como Laura Ferreira Santos, João Ribeiro Santos e João Semedo, e é aquilo que também nos exige tanta tanta gente que quer ter plena dignidade até ao fim”, declarou José Manuel Pureza.
À boleia da petição da Federação Portuguesa pela Vida, o CDS apresentou um projecto de resolução que recomenda ao Governo que promova uma campanha de divulgação do Testamento Vital.
“Infelizmente, não são mais de 23 mil portugueses e portuguesas que fizeram o registo e entendemos que o Testamento Vital é um instrumento e uma mais valia para reforçar a autonomia, a dignidade, o apoio às pessoas que estão em situação de vulnerabilidade”, disse a deputada centrista Isabel Galriça Neto.
O CDS anunciou que irá apresentar uma iniciativa sobre os cuidadores informais e saudou a resolução do deputado do PAN André Silva que pede o reforço dos cuidados paliativos.
Os projectos de resolução do PAN e do CDS deverão ser votados no final desta semana.