15 fev, 2019 - 15:04 • Lusa
O presidente do PSD, Rui Rio, considera que o Governo "perdeu a mão" na questão social, acusando-o de vender Portugal como o país das maravilhas onde tudo é possível, quando a realidade é outra.
"Aquilo que nós vemos é efetivamente uma desconcertação social total com greves por tudo quanto é lado e, se nós podemos estar mais de um lado ou de outro numa greve A ou numa greve B, no total destas greves isto mostra claramente que o governo perdeu a mão na questão social em Portugal", afirmou Rio, esta sexta-feira, no Porto, onde acompanhou a visita do candidato do Partido Popular Europeu (PPE) à presidência da Comissão Europeia, Manfred Weber.
Rio entende que o governo está a colher o fruto do descontentamento dos portugueses a quem foi vendida uma imagem diferente da realidade: "O governo vendeu aos portugueses uma imagem de Portugal que não corresponde à realidade, vendeu quase o país como o país das maravilhas onde tudo é possível. Antes, tudo era mau e, agora, tudo é bom. Está, naturalmente, a colher as consequências do que fez."
Para Rui Rio, este cenário seria de prever num contexto em que a economia começasse a crescer menos, e não numa altura, como está a suceder, em que a economia continua a crescer, ainda que menos.
"Isso significa que há uma gestão política desastrosa das expectativas", sublinhou.
Questionado se o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deveria intervir como mediador, como defende o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, no conflito que opõe governo a professores e enfermeiros, Rui Rio, disse não entender porque o governo não consegue dialogar com aquela central sindical. Defendeu contudo que Marcelo deve intervir apenas "numa situação limite".
Centenas de escolas de norte a sul do país estão hoje encerradas devido à greve da Função Pública.
Segundo o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, serão mais de 90% as escolas do país que estão encerradas devido à greve dos professores e pessoal não docente.
Mário Nogueira considerou que o nível de adesão à greve e o encerramento da "maioria das escolas" portuguesas, do pré-escolar ao secundário, traduz a "enorme exigência" ao Governo para que comece a negociar de imediato com os professores.
"Vamos começar a negociar já", reclamou, numa conferência de imprensa em Coimbra.