20 fev, 2019 - 09:56 • Marta Grosso com redação
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O Governo está esgotado e “deixou de governar”, diz Pedro Mota Soares. Convidado do programa As Três da Manhã, o vice-presidente do CDS-PP considera que são muitos os portugueses que percebem a moção de censura apresentada pelo partido.
“Eu acho que hoje, qualquer português que vai a um hospital e vê a sua consulta ou a sua cirurgia ser adiada porque o Governo não tem capacidade de diálogo social com muitos parceiros percebe esta moção de censura. Acho que, hoje, um funcionário público ou um pensionista que precisa da ADSE e que viu que os serviços médicos a que está habituado deixam de lhe fornecer um serviço, percebe esta moção de censura”, sustentou.
Mas, “o mais relevante” para Mota Soares “é o seguinte: já percebemos que, neste momento, o Governo deixou de governar. A única coisa que o Governo vai fazer até setembro é propaganda”.
Isto, porque se vão seguir meses de eleições. “Neste momento, percebemos que o que Partido Socialista tem para oferecer às pessoas é propaganda máxima e serviços públicos no mínimo, investimento público no mínimo, serviços às pessoas no mínimo dos mínimos”.
O CDS considera que seria possível juntar as eleições legislativas com as europeias, mas tal não acontecerá.
“Para nós, CDS, era perfeitamente possível fazer as eleições conjuntamente com as eleições europeias e poupar nesse sentido o país a oito longos e penosos meses em que a única coisa a que vamos assistir é a propaganda eleitoral”, afirma o vice-presidente do partido e antigo ministro da Segurança Social.
A moção de censura do CDS ao Governo é discutida e votada esta quarta-feira à tarde no Parlamento. Está, à partida, está condenada ao fracasso, dado que vai ser chumbada pela a maioria de esquerda.
Esta é a segunda moção que António Costa enfrenta e a segunda apresentada pelo CDS-PP, que recorre a dados económicos para mostrar que o Governo não conseguiu virar a página da austeridade nem aproveitou a conjuntura para fortalecer a economia.
Esta nova moção faz parte da tática política da líder do CDS, Assunção Cristas, que pretende assumir a liderança da oposição. Cristas quis, assim, marcar terreno, obrigando o PSD a uma definição, e acentuar que é a líder do único partido que não faz acordos com o Governo.