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Marcelo rejeita intervenção militar na Venezuela, mas pede "eleições livres" e "pacíficas"

25 fev, 2019 - 13:26 • Paula Caeiro Varela , Tiago Palma

O Presidente da República recebeu em Belém o homólogo peruano e agradeceu a Martin Vizcarra por o Peru ter acolhido portugueses e luso-descendentes que deixaram recentemente a Venezuela.

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Portugal e Peru querem uma solução política e de transição pacífica para a Venezuela. Este foi um dos temas-fortes do encontro bilateral entre os dois Presidentes das República. Martín Vizcarra está em visita de Estado e foi recebido esta manhã no Palácio de Belém por Marcelo Rebelo de Sousa.

São vários os pontos de contacto entre Portugal e o Peru, mas o Presidente da República faz questão de vincar um em particular: “Agradecemos ao Peru o acolhimento de mais de 700 mil venezuelanos, vários dos quais portugueses ou luso-descendentes – sendo que, desses, 200 mil são crianças.” Um esforço humanitário “notável”, sublinha Marcelo Rebelo de Sousa.

Mas a posição política é também comum. “Defendemos uma solução pacífica, uma transição constitucional baseada em eleições livres. Não defendemos intervenções externas, nomeadamente de natureza militar. Somos defensores de um processo duradouro, mas pacífico.”

Portugal sempre apoiou o esforço do chamado “Grupo de Lima”, que hoje se reúne na Colômbia. E o Presidente da República enaltece o trabalho do homólogo peruano.

“Saudamos a capacidade que o Peru tem revelado, num domínio tão sensível para todos nós, de diálogo, nas Nações Unidas e com a União Europeia, no apoio à ajuda humanitária, na condenação dos obstáculos indevidos à ajuda humanitária, mas também na defesa da paz e no combate à violência.”

Martín Vizcarra, o Presidente peruano, garante, por seu lado, que está disponível para apoiar o caminho para a democracia que a Venezuela já iniciou.

“Que a Venezuela, país irmão e nosso vizinho na América do Sul, consiga novamente regressar à democracia. Mas que regresse pelo esforço e decisão dos próprios venezuelanos, os quais apoiamos, enquanto país vizinho, diplomaticamente. Seguramente, em breve, por decisão dos venezuelanos, que já iniciaram um caminho em direção à democracia, poderemos novamente ter um país com o sistema de Governo que todos esperamos.”

O presidente do Peru, Martín Vizcarra, iniciou esta segunda-feira uma visita oficial de dois dias a Portugal para "reforçar os laços bilaterais e a cooperação".

Nos dois dias de visita, além de um encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, Martín Vizcarra terá ainda uma reunião de trabalho com o primeiro-ministro António Costa, participará num encontro empresarial Portugal-Peru, será recebido pelo vice-presidente da Assembleia da República, Jorge Lacão, e receberá ainda do presidente da Câmara de Lisboa a chave da cidade.

Martin Vizcarra, 55 anos, tomou posse como Presidente do Peru a 23 de março de 2018, na sequência da renúncia do então chefe de Estado Pedro Pablo Kuczynski, acusado de corrupção, de quem era vice-presidente.

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