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Rio diz que, para oferecer o mesmo, bastava o Governo "mandar uma carta" aos professores

01 mar, 2019 - 21:04 • Lusa com Redação

Mais de quatro mil professores vão progredir este ano para o 5.º e 7.º escalões, sendo que cerca de 1.400 progressões acontecem através de um despacho publicado nesta sexta-feira em Diário da República.

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O presidente do PSD criticou esta sexta-feira a ausência de negociação com os professores, considerando que bastava o Governo mandar “uma carta” para oferecer o mesmo, ou seja, dois anos, nove meses e 18 dias de recuperação de tempo de serviço.

"Aquilo que se constata, na prática, é que o governo não cumpriu aquilo que foi a determinação do parlamento, que foi negociar outra vez com os professores. Aquilo que nós vemos é que o governo chamou os professores, mas que chegou e disse: ‘o que temos para oferecer é o que já tínhamos antes’", afirmou Rui Rio, em declarações aos jornalistas à margem de uma visita a uma feira de formação e emprego em Matosinhos.

"Para isso mandavam uma carta pelo correio e os professores ficavam a saber que era tudo na mesma. Isto não é bem uma negociação", acrescentou.

O líder social-democrata lembrou que o parlamento não pode impor um acordo, apenas uma negociação, escusando-se, contudo, a comentar a intenção manifestada hoje pelo o secretário-geral do PCP, que prometeu insistir no regresso do decreto-lei dos professores ao parlamento.

"O diploma ainda não existe, o diploma não foi promulgado e, muito menos, tem possibilidade de ser chamado ao parlamento porque, pura e simplesmente, não existe. Quando existir nós seguramente iremos ver aquilo que será o mais adequado em termos do interesse dos próprios professores", referiu.

Quanto às declarações do Presidente da República que, na quinta-feira, admitiu promulgar o diploma para repor parte do tempo de serviço aos professores, caso docentes e Governo não cheguem a acordo, Rui Rio disse concordar com Marcelo Rebelo de Sousa quando diz que um novo veto significa zero para os professores.

"Isso também me parece lógico. É melhor o que há, do que nada. Agora vamos ter esperança que o governo ainda emende um pouco e possa através de uma negociação chegar a uma posição que os professores possam aceitar", sublinhou.

Depois de meses de silêncio do lado do Governo e de ameaças dos sindicatos de novas formas de luta contra a ausência de qualquer convocatória por parte do executivo para nova reunião negocial, o Ministério da Educação chamou na semana passada os sindicatos para nova ronda negocial.

Para essa ronda negocial, os professores levaram um abaixo-assinado com mais de 60 mil assinaturas a exigir a contagem integral do tempo de serviço congelado e a insistência num modelo de recuperação semelhante ao que foi acordado na região autónoma da Madeira.

Na Madeira, os professores vão recuperar o tempo de serviço a um ritmo de ano e meio de tempo congelado a cada ano civil, num processo que se prolonga até 2025.

Os professores do continente querem ainda que a recuperação dos mais de nove anos congelados possa permitir, por opção do docente, uma contagem desse tempo em favor do acesso aos 5.º e 7.º escalões da carreira, para os quais existem quotas, e para efeitos de aposentação.

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