13 mar, 2019 - 19:33 • Susana Madureira Martins, com redação
Portugal está disponível para a extensão da data de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), disse esta quarta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros, no final de uma reunião na residência oficial do primeiro-ministro.
Augusto Santos Silva admite que, se o pedido existir por parte dos britânicos, o adiamento pode acontecer.
O chefe da diplomacia portuguesa alerta que para negociar um novo acordo é preciso tempo, pelo que não pode ser um calendário de apenas mais algumas semanas.
O pior cenário possível é uma saída do Reino Unido sem acordo, por isso, se os britânicos pedirem Portugal não vai colocar obstáculos a novas negociações, diz o ministro dos Negócios Estrangeiros.
“Portugal está inteiramente disponível para dar o seu apoio a um adiamento da data de saída, a uma extensão do prazo que nos resta suficientemente significativa para que possamos ter condições e tempo para negociarmos um acordo com os britânicos”, declarou.
Não vale a pena é adiar por adiar, defende. O problema é político e precisa de tempo para ser resolvido, e Augusto Santos Silva, num eventual cenário de extensão das negociações, admite que os britânicos ainda possam votar nas eleições europeias de 26 de maio.
“Para formar esta sua posição, Portugal tem em devida conta que o regulamento que organiza a realização das eleições para o Parlamento Europeu prevê, expressamente, que o Reino Unido possa participar nessas eleições”, explicou.
Até ao fim do mês o governo garante que terá pronto o decreto de lei que dá luz verde ao plano de contingência de saída do Reino Unido da União Europeia, garantiu o ministro dos Negócios Estrangeiros.
O plano de contingência português prevê que, a 1 de abril, entre em funcionamento a linha Brexit de atendimento aos cidadãos portugueses a residir no Reino Unido e, a partir de 29 de março, os empresários terão uma linha de crédito de 50 milhões de euros.
O plano de contingência de saída do Reino Unido da União Europeia foi discutido esta quarta-feira à tarde na residência oficial do primeiro ministro. A reunião que contou com a presença de vários ministros, incluindo o das Finanças, da Economia e Administração Interna.
O dia 29 de março é a data prevista de saída do Reino Unido da UE. Na terça-feira, o parlamento britânico rejeitou o novo “acordo melhorado” e agravou o impasse em torno do divórcio entre os dois blocos.