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Nomeações familiares no Governo. Cristas fala em "escândalo", Rio quer "sanções" e Marcelo remete para Cavaco

26 mar, 2019 - 21:33 • Lusa com Redação

Presidente da República lembra que foi o antecessor a nomear quatro membros do Governo com relações familiares. "Parto do princípio que ponderou o mérito para o exercício das funções."

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta terça-feira que “a família de Presidente não é Presidente”, quando instado pelos jornalistas a comentar as críticas que têm sido levantadas às relações familiares no seio do Governo.

“Tenho sobre essa matéria uma posição muito pessoal, ao longo da minha vida política e também agora no exercício da presidência, que é o entender que família de Presidente não é Presidente. E portanto nisso peco por excesso, no sentido de entender que deve haver uma visão, sobretudo num órgão unipessoal como é o Presidente, mas tem marcado a minha vida, que é de não confundir as duas realidades”, referiu.

Em relação ao atual Governo, Marcelo disse que se limitou a aceitar a designação feita pelo Presidente Cavaco Silva, “que foi a de nomear quatro membros do Governo com relações familiares, todos com assento no Conselho de Ministros”.

Marcelo disse ter aceitado essa solução “partindo do princípio de que o Presidente Cavaco Silva, ao nomear aqueles governantes, tinha ponderado a qualidade das carreiras e o mérito para o exercício das funções”.

“Depois disso, não nomeei nenhum outro membro com relações familiares para o exercício de funções no executivo e com assento no Conselho de Ministros”, salientou ainda o chefe de Estado.

Rio pede “sanção política” para “avalanche" de casos de familiares nomeados pelo Governo

O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu hoje que deve haver uma “sanção política” e não por decreto do que chamou de “avalanche de casos” de nomeações para cargos públicos de pessoas com ligações familiares ao Governo.

“Se a população portuguesa tiver conhecimento de todos os casos, acaba o Governo, neste caso o PS, a pagar em aceitação e popularidade, por uma coisa que é terceiro-mundista”, afirmou, questionado pelos jornalistas sobre novos casos de nomeações de familiares de membros do executivo para cargos públicos, no final de uma audiência com a UGT, em Lisboa.

Rio salientou que se se tratasse de “um ou outro caso”, seria aceitável o argumento de que uma pessoa não pode ser prejudicada por ser casada com ‘A ou B’, mas não com “esta avalanche de casos”.

Questionado se o Presidente da República deveria intervir, Rio recusou pronunciar-se sobre o que Marcelo Rebelo de Sousa deveria fazer, mas admitiu que, “num dado limite, possa ter uma intervenção”.

“Esta situação não é muito evitável por decreto, é mais por sanção política”, disse.

Cristas diz que organigrama do Governo “mais parece uma árvore genealógica”

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, referiu hoje que o organigrama do Governo “mais parece uma árvore genealógica” devido às relações familiares que existem no seu seio e acusou o PS de usar o “Estado como se fosse a sua casa”.

À margem de uma iniciativa sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, no parlamento, em Lisboa, a líder centrista disse crer que, “neste momento, não há quem não se escandalize”.

“Quando nós olhamos para o organigrama do Governo e mais parece uma árvore genealógica, eu creio que todos ficam estupefactos”, salientou, apontando que “o Partido Socialista mostra aquilo que tem sido sempre quando governa: usa o Estado como se fosse a sua casa”.

Comentários
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  • Cacarejos
    27 mar, 2019 Lisboa 14:23
    Maio escândalo foram as comissões dos submarinos.
  • João Lopes
    27 mar, 2019 10:11
    Henrique Raposo, no expresso diário de 7-5-2018: «Esta é a cultura tribal do PS. O socialista típico vê-se como alguém especial, como alguém que tem uma superioridade moral intrínseca; vê-se, aliás, como o próprio dono do regime. Naquela cabeça, o regime é o PS e o PS é o regime e, portanto, um ataque ao PS é um ataque à democracia. O PS não é aqui muito diferente do PCP: o partido é uma extensão quase familiar ou pessoal do “camarada”. É por isso que o “camarada” do PS vê a prisão de Sócrates como uma humilhação pessoal; é como perder um filho para a droga. Mas a droga central desta história é mesmo a presunção de superioridade moral deste partido».

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