03 abr, 2019 - 17:36 • Sérgio Costa com redação
Armindo dos Santos Alves, até agora adjunto do secretário de Estado do Ambiente, demitiu-se esta quarta-feira das funções que exercia no gabinete desde 2016, depois de se saber que era primo do membro do Governo que assessorava, confirmou à Renascença fonte da tutela.
A demissão foi potenciada por uma notícia avançada pelo "Observador" e entretanto confirmada à Renascença por fonte do Ministério do Ambiente, que é tutelado por João Pedro Matos Fernandes.
Armindo dos Santos Alves, que é primo do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, pediu a exoneração de funções logo que se soube da notícia. Tinha sido nomeado para o cargo em 2016.
O pedido de exoneração acontece numa altura em que a oposição questiona as relações familiares entre membros do executivo.
A questão gerou uma onda de acusações e contra acusações que envolveram, inclusivamente, o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o seu antecessor, Cavaco Silva. Na semana passada, o tema chegou à imprensa estrangeira, pela mão da Associated Press.
De acordo com o "Observador", Armindo Alves — que foi nomeado em setembro de 2016 e renomeado em novembro de 2018 pelo seu primo — vai agora voltar aos nos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Loures, ao cargo que ocupava antes de se ter tornado adjunto de Carlos Martins.
Fonte oficial da tutela garante à Renascença que o ministro não sabia da existência desta relação familiar e explica que a demissão ocorreu depois de Matos Fernandes ter sido confrontado com o caso.
A mesma fonte assegura não haver forma de o ministro verificar, no momento das nomeações, eventuais laços familiares.
A Renascença tentou ainda perceber junto do ministro se mantém a confiança no secretário de Estado Carlos Martins, uma pergunta à qual ainda não foi possível obter resposta.